Soja: No porto de Rio Grande, produto disponível vai a R$ 79; na CBOT, estabilidade mantida

Publicado em 11/02/2016 11:51

Com a aversão ao risco ainda muito latente nos mercados globais, o dólar voltou a subir nesta quinta-feira (11) e, frente ao real, subia 0,81%, por volta de 12h20 (horário de Brasília), e era cotado a R$ 3,96. 

Entretanto, com suas outras referências ainda fragilizadas e sem forças, os preços da soja no Brasil também não reagem a essa movimentação. No porto de Rio Grande, no início da tarde de hoje, o produto disponível caía 1,86% para R$ 79,00 por saca, enquanto o da nova safra se mantinha nos R$ 80,00. 

Os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago atuam, mais uma vez, com uma inabalável estabilidade, pelo menos até este momento, e impede que, internamente, as cotações possam exibir um potencial melhor, mesmo diante de um dia de ganhos para a moeda norte-americana - embora, somente em fevereiro, o recuo da divisa passe de 2% - e de prêmios ainda positivos que vêm sendo pagos nos portos brasileiros. 

Por volta de 12h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos trabalhavam com pequenos ganhos - de 1,25 a 1,50 ponto - mas ainda sem qualquer movimentação que pudesse mudar o perfil do mercado internacional de grãos dos últimos meses. 

"Os traders estão aguardando nas margens do mercado agora", explica Terry Reilly, analista de commodities sênior da consultoria internacional Futures International, afirmando que o mercado segue travado em uma faixa de preços. No entanto, acredita que as cotações podem ganhar mais força e encontrar uma média nos US$ 8,75. 

Nem mesmo os novos números do já esperado boletim semanal de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta quinta-feira impactaram sobre as cotações. Afinal, o saldo ficou dentro das expectativas dos traders para as operações da semana encerrada no último dia 4. 

As vendas semanais de soja totalizaram 601 mil toneladas entre a safra atual e a próxima. Foram vendidas 666,8 mil toneladas mil da temporada 2015/16 e canceladas 65,8 mil da 2016/17. E as expectativas do mercado variavam entre 300 mil e 600 mil toneladas. Assim, no acumulado do ano comercial atual, as vendas de soja dos EUA já somam 42.377,1 milhões de toneladas, 11% menor do que o registrado no mesmo período do campanha anterior. Na última semana, o principal destino da oleaginosa norte-americana foi a China. 

O USDA informou ainda a venda de 189,4 mil toneladas de farelo de soja na semana encerrada no último dia 4, 2% a mais do que na última semana, com as Filipinas como principal compradora. As expectativas do mercado variavam, para o derivado, de 100 mil a 250 mil toneladas. Já no acumulado da safra, as vendas totais estão 17% abaixo da anterior. As vendas semanais de óleo de soja ficaram em 3,8 mil toneladas com as projeções oscilando entre 5 mil e 20 mil toneladas. O México adquiriu 1,3 mil toneladas e foi o principal destino da semana. 

O analista internacional afirma ainda os principais fatores que continuam sendo observadas pelos investidores são as condições do clima na América do Sul, onde a safra de soja está sendo concluída, e na demanda global. "O mercado acompanha ainda as exportações, principalmente acompanham se as compras da China vão retomar seu ritmo depois das baixas dos preços dos últimos dias", diz Reilly em entrevista ao portal Alberta Farmer.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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