Soja: Com dólar acima dos R$ 4,15, preço da disponível em Rio Grande nesta 5ª feira vai a R$ 87,50

Publicado em 21/01/2016 12:05

O mercado internacional da soja segue operando com estabilidade na sessão desta quinta-feira (21) na Bolsa de Chicago. Os preços ainda caminham de lado, sem oscilações muito significativas, mostrando que até mesmo o forte nervosismo do mercado financeiro dos últimos dias tem impacto limitado, ao menos neste momento, sobre as cotações da oleaginosa na CBOT. 

Assim, por volta de 12h20 (horário de Brasília), as posições mais negociadas seguiam atuando no patamar dos US$ 8,70 para os contratos mais próximos - março e maio/16 - enquanto os mais distantes - julho e agosto/16 - voltavam a superar os US$ 8,80. O intervalo de valores em que trabalham os futuros da soja, como explicam analistas, ainda segue bastante estreito. 

"Os futuros da soja e do milho, durante as primeiras horas do pregão, trabalharam em campo misto e os do trigo registraram pequenas mudanças com os investidores sem a certeza de que caminho tomar já que se deparam com os estoques norte-americanos elevados e pressionando os preços, os fundamentos da demanda (pelos produtos dos EUA) também mal definidos e um cenário técnico ainda positivo", resumiu o analista de mercado Tony Dreibus no site internacional Agriculture.com. 

Por outro lado, no Brasil, a vedete do mercado da soja continua sendo a taxa de câmbio. O dólar voltou a subir nesta quinta-feira e já supera os R$ 4,10 novamente. Perto de 12h30 (Brasília), a divisa subia 1,44% e era cotada a R$ 4,16, mas, na máxima da sessão até esse momento, já registrou R$ 4,1737, maior valor intradia desde o último setembro. 

E os preços da soja internamente já reagiram a esse movimento. No início da tarde de hoje, o produto disponível, ainda da pouquíssima oferta restante da safra 2014/15, subia 1,16% em relação ao último valor desta quarta (20) para R$ 87,50 por saca. Já o produto da nova temporada se mantinha estável nos R$ 84,00. 

As vendas, no entanto, seguem travadas. O mercado brasileiro ainda vê os produtores bastante cautelosos e relutantes em concretizar novos negócios, pois eles ainda vêm incertezas fortes rondando sua nova safra. O clima vem impondo inúmeros desafios ao sojicultor brasileiro e ao mercado internacional, já que ambos ainda não podem afirmar o real tamanho da safra 2015/16. 

E o dólar sobe nesta quinta-feira, entre outros fatores, pela decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa de juros do Brasil inalterada nos 14,25% ao ano. "(A manutenção da Selic) é um baque na credibilidade do BC. É o pior dos mundos: o mercado questiona a autonomia do BC e as expectativas de inflação pioram", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa ao G1.

Ao mesmo tempo, a crescente aversão ao risco que vem tomando conta dos mercado financeiros internacionais também é considerada. As preocupações com a economia chinesa - apesar das inúmeras medidas que vem sendo anunciadas pelo governo sobre uma remodelação do crescimento do país - e mais as novas baixas nos preços do petróleo, levando o Brent a testar até mesmo os US$ 27,00 por barril e menos, provocam uma fuga dos investidores de ativos mais arriscados para outros mais seguros, como a moeda norte-americana. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Altas recentes em Chicago e elevação do dólar no Brasil trazem soja de volta para níveis acima dos R$140 nos portos
Preços da soja no mercado brasileiro estão, em média, R$ 2/saca melhores na semana; destaque aos prêmios
Exportação de farelo de soja do Brasil caminha para recorde em julho
Soja volta a intensificar altas em Chicago nesta 3ª feira, com sinais de alerta para o clima no Corn Belt
Anec reduz previsão de exportação de soja do Brasil em julho
Soja segue operando em alta, mas movimento nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago é mais contido