Dados do Circuito Tecnológico traçam perfil do sojicultor em MT

Publicado em 21/01/2016 08:14
Particularidades do ciclo 2015/16 de soja são apresentados pela Aprosoja até fevereiro

Em outubro do ano passado, quando os agricultores estavam iniciando a safra de soja 2015/16, várias equipes da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) foram a campo para levantar dados sobre o ciclo agrícola que começava. Esse diagnóstico é o objetivo central do Circuito Tecnológico – Etapa Soja, cujos resultados estão sendo divulgados pela associação agora, entre os meses de janeiro e fevereiro.

A partir da análise dos números, é possível identificar as práticas agrícolas mais comuns em Mato Grosso e alguns traços de perfil do produtor rural. Como a preferência pelas cultivares de ciclo médio, adotadas por 67% dos agricultores entrevistados, e o fato de que 50,9% dependem de tradings para armazenar a soja – embora 33,5% dos agricultores ouvidos durante o Circuito Tecnológico tenham estrutura própria para tal.

Já o financiamento da safra é feito com recursos próprios por 40,5% dos entrevistados. A lavoura é desenvolvida em propriedade própria por 73% dos agricultores, sendo arrendada por 27% da amostra.

De acordo com o gerente de Planejamento da Aprosoja, Cid Sanches, esses dados são essenciais para o trabalho da entidade. “Temos agora um perfil mais detalhado do nosso agricultor, o que nos facilita a identificar que tipo de ações são necessárias por parte da associação”, observa.

Um exemplo é a adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP), uma técnica agronômica que 48,1% dos entrevistados durante o Circuito Tecnológico planejavam adotar já no ciclo 2015/16. “Focamos a etapa prática do Simpósio Agroestratégico já no ano passado na divulgação e treinamento do MIP e também do Manejo Integrado de Doenças (MID), pois era uma demanda do produtor”, pontua o Diretor Técnico, Nery Ribas.

O MIP requer que o agricultor monitore sua propriedade periodicamente para identificar se as populações de pragas estão aumentando em níveis que podem significar prejuízo econômico para a propriedade. Além de otimizar o controle fitossanitário da lavoura, o MIP pode levar a uma redução no potencial de resistência dos produtos utilizados, tornando-se economicamente viável.

Outra informação importante trazida pelo Circuito Tecnológico foi o levantamento da incidência de problemas sanitários nas lavouras de soja. Oitenta por cento dos entrevistados afirmaram ter problemas com nematoides, e a ferrugem asiática segue na liderança das doenças: o índice de ocorrência foi de 40,1%. Entre as pragas, destaque para a lagarta falsa-medideira, citada por 22,3% dos produtores. Em seguida, estão a helicoverpa (16,5%) e o percevejo (15,2%).

Esses e outros dados sobre a cultura da soja mato-grossense no ciclo 2015/16 serão divulgados pela Aprosoja em vários eventos técnicos dos quais a associação participa entre janeiro e fevereiro. Entre eles, estão dias de campo com a Fundação MT, Agrodinâmica, Show Safra, entre outros. O relatório também será apresentado para diretores e delegados da entidade.

Saiba mais

O Circuito Tecnológico – Etapa Soja chegou a sua sétima edição em 2015, quando 56 municípios foram visitados. Com mais de 23 mil km rodados, a expedição foi realizada de 19 a 30 de outubro e visitou 462 fazendas. Além da aplicação de questionários, foram coletadas 424 amostras de sementes e 116 amostras de fertilizantes para análise laboratorial. Pela metodologia adotada, uma propriedade rural era visitada de forma aleatória a cada 10 km.

Na edição de 2015, os parceiros foram Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Agroconsult, Embrapa, Unemat, Anhanguera, UFMT e IFMT.

Crédito: Felipe Barros

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Fonte: Aprosoja MT

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