Soja: Disponível sobe em Rio Grande e vai a R$ 85,80 com suporte do dólar; CBOT corrige altas

Publicado em 14/01/2016 12:48

O dólar vinha operando em queda nos últimos dias, porém, na sessão desta quinta-feira (14), o mercado parece ter recuperado o fôlego e opera em alta frente ao real. Por volta das 13h30 (horário de Brasília), a meoda norte-americana subia 0,13% e era cotada a R$ 4,016. "O viés externo continua sendo de cautela", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa em entrevista ao portal G1.

O movimento impactou diretamente em ligeiras altas para os preços da soja nos portos do Brasil. Em Rio Grande, o mercado disponível registrava uma alta de 0,94% para R$ 85,80 a saca, enqunto o futuro tinha R$ 81,50 e ganho de 0,62%. 

No interior do país, os preços também têm exibido um significativo avanço nestes primeiros dias do ano. O pouco produto disponível no período de entressafra e mais uma demanda ainda forte promovem as altas e, em praças do estado de Goiás, por exemplo, os valores chegaram ao patamar dos R$ 70,00 por saca e, em alguns caso, chegam a superá-lo. 

Bolsa de Chicago

Já na Bolsa de Chicago, as cotações voltaram a cair na sessão desta quinta-feira. Por volta das 13h20 (Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 3,25 e 4,25 pontos, mantendo os preços ainda entre US$ 8,70 e US$ 8,80 por bushel. 

"Os futuros da soja estão devolvendo parte dos ganhos registrados ao longo desta semana", explica Bryce Knorr, analista sênior de grãos do site internacional Farm Futures, e mostrando que o mercado, apesar do altista relatório mensal de oferta e demanda desta semana trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado ainda se comporta de forma técnica. 

Entre os fundamentos, além dos dados do departamento norte-americano, segue no radar dos traders o acompanhamento da nova safra do Brasil. As chuvas continuam a chegar nas principais regiões produtoras e seus efeitos são opostos. 

Na região Nordeste e em Mato Grosso as precipitações favorecem uma recuperação das áreas plantadas mais tarde, onde as plantas ainda seguram algum potencial para esta temporada, ao mesmo tempo em que, em Mato Grosso do Sul já vem alagando lavouras e, no Paraná, provocando alguns estragos e atrasando a colheita em alguns pontos. A irregularidade é a palavra chave da temporada 2015/16 do Brasil.  

Paralelamente, chegaram, ainda nesta quinta-feira, as atualizações sobre as vendas para exportação dos Estados Unidos com números fortes, porém, dentro do esperado e que, consequentemente, tiveram um efeito limitado sobre as cotações. 

Na semana encerrada em 7 de janeiro, as vendas semanais de soja dos Estados Unidos somaram 1.127,5 milhão de toneladas. Desse total, 1.127,4 milhão foram da safra 2015/16, contra 638,7 mil da semana anterior e dentro das expectativas, que variavam de 900 mil a 1,3 milhão de toneladas. A China e foi o principal destino da soja norte-americana. No acumulado da temporada comercial 2015/16 as vendas dos EUA já somam 40.121,0 milhões de toneladas, volume 11% menor do que o registrado no mesmo período da campanha anterior. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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