Como nas sessões anteriores, soja em Chicago perde força na segunda metade do pregão

Publicado em 23/12/2015 08:26 e atualizado em 23/12/2015 08:57

Os negócios com a soja em Chicago mudaram de lado e estão negativos na tarde desta quarta-feira(23), mas sem motivação para grandes mudanças. Por volta das 14h30 (Brasília) o vencimento Janeiro/16 caia 2,25 pts negociado a US$ 8,83/bushel . Março/16 vale US$8,82 e registra queda de 3,25 pts e o contrato Maio/16 tem recuo de 4 pts negociado a US$ 8,86/bushel.

Tem ajudado a manutenção dos preços dos grãos a expectativa de que o mercado de óleo continue firme nos próximos dias. "Os futuros do óleo de soja acompanham movimento de alta do óleo de palma negociado na máxima de 6 meses" alerta em nota, a equipe da Corretora Agrinvest em seu blog. A expectativa de redução no ritmo dos trabalhos de campo pelo maior volume de chuvas trazidas pelas monções na Ásia e a maior demanda sazonal de início de ano pela China com proximidade dos festivais do ano lunar em fevereiro, justificam o movimento para o óleo. 

O suporte aos preços da soja também se justifica pela postura dos produtores americanos que seguem ausentes nas vendas se recusando a aceitar os atuais preços praticados. E claro, as incertezas em relação à oferta no Brasil, principalmente com a irregularidade das chuvas em MT,  que deixam os operadores em alerta , de olho nos mapas climáticos e suscetíveis a qualquer mudança nas previsões. 

Veja como ficou o fechamento em Chicago nesta terça-feira(22) : 

As cotações da soja em Chicago encerraram em queda nesta terça-feira (22), depois de trabalhar boa parte da sessão no azul. A mudança aconteceu na segunda metade do pregão regular, quando os operadores começaram a observar mudanças nos mapas meteorológicos indicando chuvas nos próximos dias para a região Centro-Oeste do Brasil. O contrato Jan/16 encerrou com queda de 6 pts cotado a US$ 8,85/bushel . Março/16 caiu 6,0 pts. com negócios a US$ 8,85/bushel e o Maio/16 fechou a US$ 8,90/bushel com recuo de 6,5 pts. A movimentação foi um pouco abaixo do normal com 182 mil lotes negociados , já que nos demais dias esse volume costuma superar os 200 mil lotes.

De acordo com Stefan Tomkiw , analista da Societé Genérale de Nova Iorque, o clima no Brasil deve continuar adicionando risco às cotações em Chicago. No entanto, os investidores não devem arriscar muito suas fichas nesse período de festas e as cotações tendem a continuar de lado até o final do ano, registrando apenas correções para baixo ou para cima, de acordo com as informações que vão surgindo. Segundo ele “é preciso uma quebra significativa da safra no Brasil  ou na América do Sul para mudar o quadro de oferta elevada que hoje é consenso entre os operadores de mercado”.

Investidores ainda estão bastante confusos e receosos em relação ao que vai acontecer, principalmente, com a oferta do grão. Além da safra na América do Sul, o mercado já contabiliza o próximo plantio nos EUA. As primeiras projeções para a safra de 2016  começam a circular. A Informa Economics reduziu sua perspectiva para a área de plantio tanto para milho quanto para soja naquele país.

Para a soja as projeções apontam para um plantio de 34,2 mi/ha ( 84,5 milhões de acres), ante uma perspectiva anterior de 34,52 mi/ha  (85,3 milhões de acres) e abaixo dos 34,44 mi/ha ( 85,1 milhões)  semeados em 2015.

A Consultoria também previu a semeadura do milho em 35,98 mi/ha (88,9 milhões de acres) em 2016, abaixo de sua projeção anterior de 36,46 mi/ha ( 90,1 milhões de acres). Isso seria a mesma área plantada com milho na safra passada, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA.

O milho seria o grande vencedor em termos de área no próximo ano. Não é de estranhar, já que alguns analistas acreditam que o movimento de alta  nos preços é limitado para a soja, considerando que os produtores argentinos contam agora com menos impostos de exportação e restrições de moeda. 

Exportações no Brasil 

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior divulgou os números de exportação até a  terceira semana de dezembro, ou 14 dias úteis,  mostrando um recuo considerável e já esperado nas exportações de soja.

De acordo com o relatório, no acumulado do mês de dezembro, o Brasil exportou 432,7 mil toneladas bem abaixo de 1,44 milhões de toneladas de novembro e com faturamento de US$ 165,7 milhões também muito abaixo do registrado em novembro que chegou a US$ 551,1 milhões.

Mas se comparado à dezembro de 2014 , quando as exportações de soja em grão foram de 138,6 mil toneladas as vendas mais que triplicaram e o faturamento que à época foi de US$ 73,6 milhões aumentou 2,3 vezes.

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