Soja: Mercado em Chicago intensifica baixas, mas espera notícias da safra do Brasil

Publicado em 15/12/2015 12:16

O mercado brasileiro de soja continua bastante travado neste início de semana. Os preços recuam na Bolsa de Chicago na sessão desta terça-feira (15) e, ao mesmo tempo, o dólar também cai frente ao real, pesando sobre as cotações no Brasil, reduzindo ainda mais o interesse do produtor em novos negócios neste momento. No Brasil, o foco é o preocupante desenvolvimento da safra 2015/16 em função das severas irregularidades climáticas.

Apesar disso, a intensidade do problema, neste pregão, parece perder força e o mercado na CBOT volta a passar por uma nova realização de lucros à espera de novidades mais consistentes. Assim, por volta de 12h40 (horário de Brasília), as perdas entre as principais posições variavam entre 4,25 e 5,25 pontos, levando o maio/16, referência para a safra brasileira, a US$ 8,76 por bushel. 

"Os futuros da soja registram alguns ganhos nesta terça-feira buscando direção diante de algumas notícias de clima e de demanda", explica Bryce Knorr, analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures. 

"O clima na América do Sul continua irregular. Nas últimas 24 horas, fortes tempestades chegaram ao Sul do Brasil e norte da Argentina, enquanto continuam esparsas na região do Centro-Oeste brasileiro. E esse padrão deve continuar na próxima semana, e com temperaturas muito acima do normal em Mato Grosso", completa. 

Ainda nesta terça, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja para a China de 120 mil toneladas, notícia que acabou trazendo algum suporte às cotações da oleaginosa. Além disso, os embarques semanais reportados ontem pelo departamento trouxeram um número bastante expressivo embora, no acumulado do ano comercial, o volume ainda se mostre abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. 

Influenciando o mercado em Chicago há ainda a questão do biodiesel nos Estados Unidos, segundo explicam os analistas da Agrinvest Commodities em seu blog nesta terça-feira.

"De uma lado produtor americano se recusa a aceitar preços praticados, fortalecendo os basis no interior. De outro lado o óleo de soja tem pressionado o complexo nos últimos com indefinição sobre a questão crédito à produção de biodiesel. A mudança da lei de incentivo à produção de biodiesel da refinaria para a usina ainda ocupa lobistas ligados à partidos. Tal mudança traria maior consumo de matérias primas locais, como o óleo de soja", explicou a Agrinvest.

E também nesta terça, mais tarde, serão atualizados os números do esmagamento de soja nos Estados Unidos em novembro pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosa (NOPA). 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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