Soja: Preços caem nos portos e no interior do Brasil mesmo com altas no dólar e na CBOT

Publicado em 10/12/2015 18:32

A sessão foi de intensa volatilidade para as cotações da soja nesta quinta-feira (10) na Bolsa de Chicago. Depois de inicar o dia caminhando de lado e em campo negativo, os futuros da oleaginosa passaram a subir, ampliaram seus ganhos, mas, perderam força no final dos negócios e concluíram o dia com ligeiras altas, de pouco mais de 2 pontos. 

No Brasil, os preços também não obedeceram um mesmo caminho e fecharam o dia com altas e baixas, tanto no interior do país quanto nos portos, apesar da alta do dólar frente ao real. A moeda norte-americana encerrou a sessão com mais de 1% de alta e cotado em R$ 3,8005, depois da agência de classificação de risco Moody's ameaçar rebaixar o Brasil.

Assim,  estabilidade em Paranaguá, com a soja disponível em R$ 80,00 por saca e a da nova safra valendo R$ 75,00, enquanto em Rio Grande, referência para apenas para o produto futuro em R$ 79,50. No terminal de Santos, o último valor foi de R$ 75,45, caindo 0,92%. 

No interior do país, algumas praças de Mato Grosso chegaram a recuar mais de 14%, perdendo o patamar dos R$ 60,00 por saca, ao mesmo tempo em que ligeiras valorizações puderam ser registradas em São Gabriel do Oeste/MS, para R$ 63,12. 

De acordo com o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, frente a esse quadro de preços, as negociações no mercado do Brasil permanecem muito limitadas. "Apesar de ganhos no câmbio e na CBOT, as indicações de compra para lotes disponíveis sofreram pressão nesta jornada. As indústrias relatam dificuldades na colocação de farelo e óleo em razão das oscilações no interesse de compra do mercado doméstico", diz. 

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, as altas foram de pouco mais de 1,50%, as quais levaram o julho/16 a US$ 8,94 por bushel, buscando a volta dos US$ 9,00. Já o maio/16, referência para a safra do Brasil, fechou o dia valendo US$ 8,82. 

Ainda segundo Camilo Motter, um dos principais fatores de suporte para as cotações da soja em Chicago nesta segunda-feira vieram de boas notícias da demanda. Os números das vendas semanais dos EUA trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ficou acima das expectativas do mercado e elevaram o volume total já comprometido a mais de 34 milhões de toneladas. 

O analista afirma que, apesar desse rtimo mais lento em que acontecem as vendas norte-americanas neste ano em relação ao ano passado, as operações seguem dentro do esperado e, que ainda assim, não sinalizam um esfriamento da demanda. Afinal, os compradores - diante do dólar mais alto - buscaram a oferta de fornecedores onde o produto era mais competitivo, como no Brasil, por exemplo. E, por conta disso, já há quase 50 milhões de toneladas de soja brasileira da safra 2015/16, ainda sendo plantada, já comercializadas. 

Na semana encerrada em 3 de dezembro, as vendas totalizaram 1.454,0 milhão de toneladas, enquanto as expectativas dos traders variavam de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas. As exportações de farelo de soja também superaram as projeções dos traders. 

E complementando as informações de demanda, o USDA anunciou ainda uma nova venda de soja para a China de 120 mil toneladas da safra 2015/16. 

"Mesmo com pouca movimentação, o mercado adotou uma postura positiva no dia seguinte à divulgação do relatório de oferta e demanda de dezembro, cujos números ficaram totalmente neutros comparativamente ao mês anterior. O tom positivo do dia foi dado pelas exportações semanais dos EUA, que ficaram acima das estimativas do mercado e pela percepção de que a demanda de óleo está em alta, notadamente com consequência do aumento da produção de biodiesel", explica Motter. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Altas recentes em Chicago e elevação do dólar no Brasil trazem soja de volta para níveis acima dos R$140 nos portos
Preços da soja no mercado brasileiro estão, em média, R$ 2/saca melhores na semana; destaque aos prêmios
Exportação de farelo de soja do Brasil caminha para recorde em julho
Soja volta a intensificar altas em Chicago nesta 3ª feira, com sinais de alerta para o clima no Corn Belt
Anec reduz previsão de exportação de soja do Brasil em julho
Soja segue operando em alta, mas movimento nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago é mais contido