Soja: Com foco nas informações da América do Sul, mercado tem dia de volatilidade em Chicago

Publicado em 02/12/2015 12:00

Durante as negociações desta quarta-feira (2), os futuros da soja voltaram a trabalhar do lado negativo da tabela na Bolsa de Chicago (CBOT). Por volta das 12h02 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam ligeiras quedas entre 1,75 e 2,00 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,87 por bushel, depois de iniciar o dia a US$ 8,91 por bushel.

Após dois dias de altas mais fortes, as cotações voltaram a testar o campo negativo. Ainda assim, os preços conseguem se sustentar próximos do patamar de resistência dos US$ 9,00 por bushel. Nesta terça-feira, o mercado encontrou suporte no aumento da produção de biocombustível para mistura no diesel, segundo as novas exigências da EPA (Agência de Proteção Ambiental). Além disso, outro fator que também contribui para o suporte nos preços, conforme explicam os analistas, é a retenção das vendas por parte dos produtores americanos.

Do lado fundamental, ainda há especulações sobre o clima no Brasil e os efeitos nas lavouras. Até o último dia 27 de novembro, pouco mais de 79% da área projetada para essa temporada havia sido plantada, de acordo com levantamento da França Jr. Consultoria. Além do atraso em relação ao ano anterior, quando cerca de 88% da área já havia sido semeada, há relatos de replantio em muitas localidades, principalmente no Mato Grosso devido ao clima irregular. Em contrapartida, no Sul do Brasil, a preocupação dos agricultores é em relação ao excesso de chuvas.

"Eu tenho acompanhado as informações sobre a redução na estimativa da safra de soja brasileira devido ao clima, especialmente na região central do país. Mas, como todos nós sabemos, é preciso esperar para ver como o tempo irá se desenvolver durante o período de enchimento de grãos antes de fazer um julgamento final sobre a cultura", afirma um dos mais respeitados consultores agrícolas, Michael Cordonnier.

Com isso, a estimativa do consultor para a safra do Brasil foi mantida em 100 milhões de toneladas para essa temporada. No máximo, os produtores brasileiros poderão colher até 103 milhões de toneladas e no mínimo, 97 milhões de toneladas, ainda na visão do especialista.

Enquanto isso, na Argentina há dúvidas sobre a retirada das taxas de exportação para a soja. Com eleição do novo presidente, Maurício Macri, o mercado apostava que a medida poderia ser adotada já a partir de dezembro.

Como fator positivo, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 124 mil toneladas de soja para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.

Mercado interno

Com a volatilidade registrada no mercado internacional e no dólar, o preço da saca da soja para entrega futura estava próxima de R$ 82,00 no Porto de Rio Grande nesta quarta-feira. Já o câmbio, era cotado a R$ 3,8440 na venda, com queda de 0,28%, próximo das 12h18 (horário de Brasília).

De acordo com informações da agência Reuters, a moeda norte-americana exibia ligeiras perdas em meio à rodada de importantes votações que devem acontecer no Congresso Nacional. Além disso, as especulações sobre a possibilidade de aumento na taxa de juros dos EUA nesse mês ainda pairam no mercado.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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