Soja: Em Chicago, mercado amplia perdas nesta 2ª feira e recua ao menor patamar dos últimos 6 anos

Publicado em 23/11/2015 11:13

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas ao longo da sessão desta segunda-feira (23). Por volta das 11h34 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam quedas entre 12,50 e 13,50 pontos. O vencimento janeiro/16 era cotado a US$ 8,44 por bushel e o março/16 a US$ 8,47 por bushel, ambos os contratos trabalham abaixo do patamar de suporte de US$ 8,50 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Agrimoney, os futuros da soja caíram para o nível mais baixo em seis anos. O cenário é decorrente da vitória do candidato da oposição Maurício Macri para a presidência da Argentina, o que potencialmente abriria caminho para os produtores venderem o grão no mercado, o que pressionaria ainda mais os estoques globais.

As informações estavam sendo acompanhadas pelos participantes do mercado, que esperavam uma postura mais favorável do candidato com os agricultores argentinos e estimulasse as exportações. Atualmente, a instabilidade econômica da Argentina faz com que boa parte dos produtores mantenha as suas produções em armazéns.

Além disso, o cenário internacional ainda ressalta as preocupações com a China. "Com os estoques de soja altos nos portos do país, os compradores chineses poderiam diminuir as importações no curto prazo", disse Darrell Holaday, corretor de futuros Internacional.

Ainda segundo dados reportados por agências internacionais, os estoques de soja nos portos do país estão acima de 7 milhões de toneladas, contra a média dos últimos cinco anos para o período, de 5,7 milhões de toneladas. Para novembro, a projeção do Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos da China (CNGOIC) é que as importações do grão fiquem entre 7,2 milhões a 8 milhões de toneladas. Em outubro, o volume ficou em 5,53 milhões de toneladas.

Paralelamente, as previsões de chuvas no Brasil estão sendo observadas pelos investidores. Apesar das precipitações ainda serem irregulares em boa parte das regiões Sudeste e Centro-Oeste, inclusive no Mato Grosso já há relatos de necessidade de replantio devido ao clima irregular, o mercado internacional ainda não absorveu as informações.

No Mato Grosso, maior estado produtor do grão, a semeadura da soja alcançou 89,7% da área prevista para essa temporada, conforme levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No mesmo período de 2014, o plantio já estava completo em 93,1% da área.

Na região de Lucas do Rio Verde (MT), o cultivo da soja já chega a 95%, porém, o presidente do Sindicato Rural do município, Carlos Simon, destaca que os produtores já realizaram o replantio. As chuvas ainda permanecem irregulares e as temperaturas elevadas. Com isso, os agricultores já se preocupam com a produtividade das plantações para essa safra.

Enquanto isso, os investidores ainda aguardam os dados dos embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O boletim é um importante indicador de demanda e pode influenciar o andamento das negociações em Chicago.

Mercado interno

Apesar da queda forte em Chicago, a valorização do câmbio minimiza as perdas registradas nos portos brasileiros nesse início de semana. Em Rio Grande, a saca da soja disponível era cotada a R$ 78,50, com leve desvalorização, de 0,63%. Já o preço futuro recuava 0,67%, com a saca a R$ 74,50.

A moeda norte-americana era cotada a R$ 3,7277 na venda, com ganho de 0,83%, por volta das 11h49 (horário de Brasília). Ainda de acordo com dados do site G1, o dólar acompanha os mercados externos frente às persistentes preocupações com a desaceleração da economia da China, que, por sua vez, vem reduzindo a demanda por ativos de mercados emergentes. 

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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