Recuo nas exportações semanais nos EUA pressionam e soja perde quase 20 pts na CBOT

Publicado em 05/11/2015 16:59

A sessão desta quinta-feira (5) foi negativa aos preços futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa ampliaram as quedas ao longo do dia e finalizaram o pregão com perdas de quase 20 pontos. O vencimento novembro/15 fechou a US$ 8,69 por bushel, com desvalorização de 12,75 pontos. Janeiro/16 encerrou a US$ 8,65 com queda de 18,5 pts e maio/16 recuou 19 pts cotado a US$ 8,72/bushel.

O volume indicado também ficou abaixo da média das últimas quatro semanas, de 61%. Para esse período, os investidores apostavam em um volume entre 1.400,0 e 1.800,0 milhão de toneladas. Dessa forma, o acumulado no ano comercial 2015/16 registrou ligeira alta, somando 28.333,6 milhões de toneladas até a última semana. Contudo, o total é 22% menor do que o registrado no mesmo período do ano anterior, e na semana passada, esse índice era de 20%.Os preços da commodity intensificaram as perdas depois da divulgação do boletim de vendas para exportação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Depois de bons volumes anunciados recentemente, as vendas semanais de soja da temporada 2015/16 caíram 69% e totalizaram 655,6 mil toneladas, na semana encerrada no dia 29 de outubro.

Outra variável que permanece no foco dos investidores é o plantio da soja, safra 2015/16, no Brasil. As chuvas continuam irregulares, mas algumas regiões, como o Centro-Oeste conseguiram evoluir com os trabalhos nos campos. "Acreditamos que pouco mais de 60% da área total no Brasil tenha sido cultivada até o momento, mas ainda estamos com atraso, principalmente nas regiões produtoras do Nordeste", ressalta o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

“No Nordeste, a situação pode ficar mais crítica, influenciando negativamente o potencial produtivo da soja nos próximos meses”, observa a analista de soja da INTL FCStone, Natália Orlovicin. Entretanto, a projeção de incremento na área cultivada na região Sul e no Mato Grosso do Sul, deverão compensar a produção, que, ainda segundo a consultoria, deverá ficar acima de 100 milhões de toneladas no ciclo 2015/16.

Em contrapartida, a estimativa da Céleres consultoria é que os produtores brasileiros colham ao redor de 98,9 milhões de toneladas. Em outubro, a projeção da consultoria estava em 97,1 milhões de toneladas.

Por outro lado, os investidores começam a se preparar para o boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado na próxima terça-feira (10). Essa semana, a Informa Economics estimou a produtividade das lavouras norte-americanas em 54,32 sacas por hectare, acima do projetado pela consultoria em outubro, de 53,52 sacas por hectare. O número também está acima do reportado pelo órgão em seu último relatório, de 53,52 sacas por hectare.

Mercado interno

A queda observada no dólar, juntamente com a movimentação negativa no mercado internacional pressionaram as cotações da soja no Porto de Rio Grande. Nesta quinta-feira, a saca da oleaginosa para entrega maio/16 exibiu queda de 2,50%, com o preço a R$ 78,00, já o disponível recuou 1,19%, com a saca negociada a R$ 82,40.

Por sua vez, a moeda norte-americana caiu 0,53% nesta quinta-feira e fechou o dia a R$ 3,7765 na venda. Na mínima do dia, o dólar tocou o patamar de R$ 3,7656. O câmbio recuou frente à atuação do Banco Central parcialmente ofuscando a perspectiva de que um possível aumento na taxa de juros nos Estados Unidos neste ano reduza a atratividade de investimentos no país.

Apesar da retração, os produtores brasileiros já negociaram boa parte da safra velha e para a temporada 2015/16, o volume comprometido chega a 40%, equivalente a 45 milhões de toneladas, conforme destacam os analistas. Diante desse cenário, os agricultores, bem posicionados, buscam realizar a semeadura do grão com segurança e garantir o bom rendimento das lavouras.

Ainda há preocupações com a ausência de chuvas em algumas localidades do país e as precipitações mais fortes no Sul do Brasil. Além disso, a concentração de cultivo pode elevar as apreensões com a incidência de pragas, em uma temporada em que os custos de produção estão mais elevados.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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