Soja: Com foco no plantio brasileiro, mercado tem dia de volatilidade em Chicago

Publicado em 03/11/2015 12:05

Ao longo do pregão desta terça-feira (3), as cotações futuras da soja buscam se manter em território positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa exibiam ligeiros ganhos entre 0,25 e 1,25 pontos, por volta das 12h21 (horário de Brasília). Apenas o contrato maio/16 exibia leve queda de 0,50 pontos, cotado a US$ 8,86 por bushel. O vencimento novembro/15 era negociado a US$ 8,80 por bushel.

De acordo com informações do consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, com a finalização da safra norte-americana, o mercado entra em um momento de calmaria. No final da tarde desta segunda-feira (2), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 92% da área semeada nesta temporada já havia sido colhida até o último domingo.

Na semana anterior, o percentual de área colhida estava em 87%.  O número indicado pelo departamento norte-americano ficou acima do registrado no mesmo período do ano anterior, de 81% e também da média dos últimos cinco anos, de 88%. Contudo, as projeções dos investidores giravam ao redor de 96%.

"Nesse momento, os produtores americanos irão armazenar a soja em silo próprio e daqui a duas semanas começa a nevar no país. E, por enquanto, os preços praticados atualmente não são remunerados aos agricultores, uma vez que o custo de produção gira em torno de US$ 9,60 por bushel. Com isso, a perspectiva é que os produtores esperem uma melhora no mercado para voltarem a negociar", afirma Brandalizze.

Além disso, o foco dos participantes do mercado passa a ser a evolução do plantio da soja, da safra 2015/16 no Brasil. Segundo o último levantamento da consultoria AgRural, até a semana anterior pouco mais de 31% da área estimada para essa temporada havia sido cultivada. A média dos últimos cinco anos é de 42%. A consultoria ainda frisou que os trabalhos nos campos permanecem atrasados no Mato Grosso e avançados no Paraná.

Conforme dados do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, as chuvas mais generalizadas previstas a partir de agora deverão contribuiu para a evolução da semeadura do grão. Ainda assim, nas primeiras semanas de novembro, o Centro-Oeste e o Sudeste deverão continuar com precipitações irregulares.

A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) reportou nesta terça-feira que a safra 2015/16 brasileira deverá totalizar um recorde de 98,6 milhões de toneladas. No boletim de outubro, a produção foi estimada em 97,8 milhões de toneladas.

Ainda hoje, o USDA corrigiu as informações divulgadas em relação às vendas para a China. Nesta segunda-feira, o departamento informou que cerca de 234 mil toneladas da safra 2015/16, anunciadas em uma venda anterior, teriam sido transferidas para a nação asiática. Na verdade, o volume destinado ao país foi de 188 mil toneladas, segundo informou o órgão em nota.

Mercado interno

As cotações da soja no Porto de Rio Grande recuam nesta terça-feira (3). Segundo informações levantadas pelo Notícias Agrícolas, a saca do grão disponível é cotada a R$ 84,00, com queda de 1,75%. Já a saca para entrega futura é negociada a R$ 79,80 e recuo de 2,09%.

Os valores acompanham a queda observada no câmbio ao longo desta terça-feira. Por volta das 12h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana recuava 1,36%, cotada a R$ 3,8103 na venda. Ainda de acordo com informações do G1, o câmbio opera em queda depois do feriado do Dia de Finados no Brasil, o que manteve os mercados locais fechados, e depois do Banco Central anunciar leilão de venda de dólares.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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