Soja: Cotações em Chicago operam em baixa influenciadas pela queda do trigo

Publicado em 02/11/2015 07:50

Os futuros da soja na Bolsa de Chicago operavam em campo negativo na tarde desta desta segunda-feira (02), após iniciar a sessão com ligeras altas de 1 ponto nos principais vencimentos. Puxado pelos futuros de trigo estão registrando perdas significativas de 13 pontos, as cotações na CBOT exibem quedas de mais de 5 pontos em todos os contratos

Por volta das 16h10 (horário de Brasília) o contrato novembro/15 era negociado a US$ 8,79 por bushel, com perda de 4.75 ponto. Já o contrato janeiro/16 operava em queda 5,50 pontos, negociado a US$ 8,80 por bushel. Os demais vencimentos também eram negociados com desvalorição.

De acordo com a analista de mercado, Carlos Cogo, os futuros da oleaginosa trabalha sem grandes novidades, por isso não é possivel esperar grandes valorizações das cotações. Ainda assim a demanda forte segue como um sustentador das cotações na CBOT.

"Como as coisas estão acomodadas e há uma previsão de safra recorde também na América do Sul, o mercado deve seguir ofertado e disputado, mas com uma demanda forte que equilibra e impede que os preços rompam o patamar dos US$ 8,00 a US$ 8,50 por bushel", avalia o analista.

Importante lembrar que com o feriado de Finados no Brasil, as praças de comercialização não funcionam nesta segunda-feira.

Veja como fechou o mercado na sexta-feira (30): 

Soja: Produtores fecham outubro focando plantio; semana termina com preços em queda

Por Carla Mendes

Com pouco mais de 20% da área estimada para a safra 2015/16 plantada e mais de 40% da soja da nova temporada já comercializada, o mercado brasileiro registrou uma semana de negócios pontuais. Os produtores, com a melhora do quadro climático em importantes regiões do Brasil, passaram a dedicar-se ainda mais aos trabalhos de campo. 

As operações registraram um pouco mais de ritmo somente no pequeno volume que ainda resta da safra 2014/15, uma vez que, na medida em que se adentra mais o período de entressafra, e apesar da instabilidade do câmbio, os preços para essa oferta ganham força no interior do país ao ficarem mais regionalizados e superando, em alguns casos, a paridade internacional, como explicou Camilo Motter, analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.

Ainda assim, mesmo diante desse quadro, a última semana de outubro foi negativa para as cotações da oleaginosa nos principais portos de exportação e praças de comercialização. As baixas superaram 1% com uma combinação de uma queda expressiva do dólar com os preços testando níveis mais baixos na Bolsa de Chicago nestes últimos dias. 

Nesta sexta-feira, o dólar fechou com leve alta de 0,23% para R$ 3,8628, após mais uma sessão muito volátil. Entretanto, somente em outubro, a moeda norte-americana tem uma queda acumulada de 2,59%, a maior mensal desde abril, quando perdeu 5,57%, de acordo com a agência de notícias Reuters. Ainda assim, no ano, o dólar ainda acumula forte alta de 45,29%. 

No Paraná, Ubiratã e Londrina perderam 0,70% para fechar com R$ 71,00 por saca; já em Cascavel o preço cedeu 1,40% pra R$ 70,50, no Rio Grande do Sul, Não-Me-Toque terminou a semana com R$ 74,50, caindo 1,32%, enquanto em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, o preço perdeu 1,39% para R$ 71,00. Nas praças de Mato Grosso - Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis - baixas de 1,47% e 0,75%, respectivamente, para R$ 67,00 e R$ 66,50. Em Jataí, Goiás, queda de 1,49% para R$ 66,00. 

No porto de Paranaguá, a soja disponível recuou 2,38% para R$ 82,00, enquanto em Rio Grande a baixa foi de 0,58% para R$ 85,50 por saca. Enquanto isso, a oleaginosa da nova safra perdeu 1,22% e 1,81%, respectivamente, com os últimos preços da semana em R$ 81,00 e R$ 81,50. 

"O produtor aproveitou bons momentos e participou adequadamente, mas agora entra em um momento de espera, pois acredita que teremos bons momentos pela frente. Ou seja, o mercado vem em certa inércia nas últimas semanas e o produtor adotou uma postura defensiva", explica Motter. 

O analista afirma ainda que por conta desse elevado percentual já negociado e mais a instabilidade local, o produtor brasileiro fixou alguns patamares-alvo para voltar às vendas. "Por exemplo, no oeste do Paraná, se não liquidar com pelo menos R$ 77,00 ou R$ 84,00 / R$ 85,00 no porto de Paranguá, o produtor não quer vender".

E essa postura do produtor, a qual pode ser observada em quase todas as regiões produtoras se dá em função de duas variáveis principais: as condições climáticas e o andamento da taxa cambial. "Ele sabe que existe alguma chance clara de alguma alta lá fora, sobretudo pelo clima no Brasil. Mas também há a esperança de um câmbio mais forte", explica. 

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Por: Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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