Soja intensifica baixas em Chicago com liquidação de posições; no Brasil, preços estáveis
Os futuros da soja intensificaram suas baixas na sessão desta segunda-feira (26) na Bolsa de Chicago e, por volta de 12h50 (horário de Brasília), perdiam mais de 13 pontos entre os principais vencimentos, o que os já levava a operar na casa dos US$ 8,80 por bushel.
Segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o movimento reflete uma liquidação de posições por parte dos fundos de investimentos que possibilitem uma direção consistente mais definida das cotações.
Entretanto, afirma ainda que a colheita dos Estados Unidos na reta final e o início da normalização do clima no Brasil permitindo o avanço do plantio da nova safra no país pesa sobre as cotações e acaba limitando a possibilidade de um avanço dos preços. E isso ocorre mesmo que eles ainda tenham um suporte vindo da demanda e da falta da oferta de físico por parte dos produtores norte-americanos. "Por lá, ainda não há interesse de vendas", diz Brandalizze.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seu número dos embarques semanais e trouxe, novamente, um número bastante elevado e superando o já grande volume da semana anterior.
De acordo com o reporte, os EUA embarcaram, na semana encerrada em 22 de outubro, 2.671,934 milhões de toneladas, contra 2.366,575 milhões da semana anterior. Assim, o total acumulado no ano comercial chegou a 9.534,402 milhões de toneladas, contra 8.238,678 milhões do mesmo período do ano anterior, ou seja, 15% maior.
Mercado Brasileiro
No Brasil, ainda segundo relatou Vlamir Brandalizze, a semana começa, novamente, mais calma, já que os vendedores ainda se mantém retraídos e os compradores presentes, tanto na demanda interna quanto externa. "A demanda interna está bastante forte, principalmente no setor de rações e óleo para biodiesel", diz o consultor. E isso também traz algum suporte para as cotações.
Assim, os preços nos portos do Brasil apresentam poucas mudanças nesta segunda-feira. Em Rio Grande, com indicações somente para a soja disponível, o valor vinha estável em R$ 86,00 por saca. No terminal de Paranaguá, R$ 84,50 no disponível e R$ 83,00 para o produto da nova safra, nível ligeiramente mais baixo do que no fechamento da última semana.
De acordo com as últimas informações do Cepea, os produtores brasileiros seguem mais atentos aos trabalhos de campo, com o objetivo de garantir bons resultados e se afastando, neste momento, da comercialização, portanto. "Com boa parte da produção da temporada 2015/16 já comprometida, vendedores voltam as atenções ao cultivo da nova safra", informou o centro.
Paralelamente, há ainda a atenção ao câmbio. Nesta segunda, o dólar registra a segunda sessão consecutiva de baixas frente ao real, e se afasta novamente do patamar dos R$ 3,90. Por volta das 13h30, a moeda norte-americana vinha cotada a R$ 3,887, com queda de 0,10%. No início da tarde, porém, o dólar vinha amenizando as baixas, com "investidores comprando divisas em meio ao cenário político e econômico difícil no Brasil, sessão marcada por poucos negócios e que deixava o mercado sensível a operações pontuais", segundo informou a agência de notícias Reuters.