Soja segue de lado em Chicago e preços no Brasil também evoluem pouco nesta 5ª feira; dólar dá suporte

Publicado em 15/10/2015 12:55

Os preços da soja caminham de lado na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (15) e buscam definir uma direção. No entanto, ao longo dos negócios, o mercado vem testando os dois lados da tabela e, por volta de 12h20 (horário de Brasília), os contratos mais negociados subiam de 1 a 2,2 pontos, levando o novembro/15 a US$ 9,12 por bushel. A posição maio/16, indicativo para a safra do Brasil, vinha cotada, no mesmo momento, a US$ 9,21. 

O mercado se mostra estável também no Brasil diante dessa pouca movimentação em Chicago. Porém, o mercado financeiro nacional recebeu a notícia do rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch , a qual foi, imediatamente, refletida no dólar. Assim, por volta de 12h30, a moeda americana subia 1% e era negociada a R$ 3,851. 

Com isso, os preços da soja nos portos do país não seguiam uma direção comum. No porto de Paranaguá, o produto disponível mantinha os R$ 82,00 por saca, enquanto recuava 0,82% em Rio Grande, para valer R$ 84,30. Já a oleaginosa da nova safra, entregue entre os meses março e maio/16, tinha 0,72% de alta no terminal paranaense, cotada a R$ 83,60, e no gaúcho ainda vinha em R$ 82,00 por saca. 

A incerteza sobre o destino da taxa cambial é um dos componentes de maior atenção do produtor brasileiro neste momento. Os preços da soja nos portos chegaram a beirar patamares próximos dos R$ 90,00 nos últimos meses e estimulou vendas fortes - que já chegam a 40% da safra nova - e, assim, o momento atual acaba inspirando mais cautela e espera. 

"O mundo todo está de olho no futuro do real", disse o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta quinta-feira. 

O sojicultor do Brasil agora se foca com mais intensidade, segundo explicam analistas e consultores, o início do plantio da temporada 2015/16, e não mais tanto em novas vendas. O cenário climático ainda chama a atenção e compromete o bom desenvolimento dos trabalhos de campo. 

Enquanto a região Central do Brasil sofre com a irregularidade das chuvas e a continuidade desse padrão até o próximo dia 23, o sul do país, principalmente o Rio Grande do Sul, segue recendo elevados acumulados que, de hoje ao dia 21, podem chegar a 150 mm. 

Negócios em Chicago

E este é um fator que ganha cada vez mais peso no andamento dos preços em Chicago. A colheita nos EUA já foi concluída em 62% da área americana ta´o último dia 11 e os rendimentos reportados vêm sendo bastante expressivos, ainda segundo Scoville. Assim, ao passo em que esses trabalhos evoluem, os olhos do mercado vão se voltando mais para a América do Sul. 

Além disso, o executive da Price ressaltou ainda a importância da demanda no andamento das cotações, principalmente depois dos números dos últimos dias. "A demanda ainda tem mantido um suporte importante para o mercado", diz. 

Ao mesmo tempo, porém, ressaltou a influência da postura do produtor norte-americano em relação à comercialização. "Os produtores estão colhendo e colocando a soja em seus silos agora, estão focados na conclusão da colheita, e não em vendas. Ele vai esperar preços melhores para voltar de forma mais significativa ao mercado", relata. 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Preços da soja no mercado brasileiro estão, em média, R$ 2/saca melhores na semana; destaque aos prêmios
Exportação de farelo de soja do Brasil caminha para recorde em julho
Soja volta a intensificar altas em Chicago nesta 3ª feira, com sinais de alerta para o clima no Corn Belt
Anec reduz previsão de exportação de soja do Brasil em julho
Soja segue operando em alta, mas movimento nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago é mais contido
Política americana, demanda forte e derivados dão tom positivo à Chicago com soja subindo 30 pontos nesse início de semana