Soja: Preços nos portos têm suporte dos prêmios apesar de recuo do dólar e em Chicago

Publicado em 08/10/2015 13:02

O mercado internacional da soja veio registrando consecutivas sessões de alta nesta semana e, nesta quinta-feira (8), parece ter desencadeado um movimento de realização de lucros, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Por volta de 12h10 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa já perdiam mais de 10 pontos, com o contrato novembro/15 caindo a US$ 8,80 por bushel.

E enquanto caem as cotações na Bolsa de Chicago e o dólar amplia sua baixa frente ao real nesta quinta-feira, os preços da soja sobem nos portos do Brasil. Com o auxílio dos prêmios, que hoje estão de 10 a 25 cents de dólar acima dos últimos dias, refletindo um mercado ainda muito comprador, os preços estão ligeiramente melhores do que os registrados nesta quarta-feira (7). 

Em Paranaguá, a soja disponível subia 1,85% para R$ 82,50 por saca, enquanto em Rio Grande ia a R$ 84,00, com ganho de 0,24%. Já o produto da nova tempora se mantinha estável com R$ 82,00 no terminal paranaense, enquanto perdia 1,7% no gaúcho, descendo para R$ 81,00 por saca. 

Os negócios, ainda como relatou Vlamir Brandalizze, seguem, mas pontualmente e em um ritmo que permanece bem mais lento do que em semanas anteriores. A instabilidade do câmbio e a volatilidade típica da semana e, Chicago favorece esse quadro. 

Bolsa de Chicago

Ainda segundo relatou o consultor, o cenário para a formação dos preços não tem qualquer novidade que pudesse acentuar essa baixas no mercado e o foco principal dos investidores se mantém sobre as expectativas para o novo relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será reportado nesta sexta-feira, 9 de outubro. 

"O USDA é bem conservador, então, não acredito em grandes mudanças para esse relatório de amanhã", diz Brandalizze. 

E o mercado recebeu ainda nesta quinta-feira os novos números das vendas semanais para exportação também trazidos pelo departamento norte-americano que, mais uma vez, superaram 2 milhões de toneladas entre as safras atual e 2016/17. Foram vendidas 1.284,6 milhão de toneladas de soja em grão da temporada 2015/16 e mais 995,6 mil da nova safra, e em ambos os casos, a China foi o principal destino. 

Apesar de grande, como afirmou Brandalizze, esse número já vinha sendo esperado depois das últimas notícias sobre a melhora da demanda pelo produto norte-americano, informação que já havia sido absorvida pelo mercado e que acabou perdendo parte da força por chegar um dia antes da divulgação do novo reporte do USDA, ou seja, dia de volatilidade e traders se posicionando.

"Foi um número grande e, principalmente a notícia das compras da safra 2016/17 foi muito positiva, mas não uma novidade para o mercado. O fator principal é que os números que a China não desaqueceu sua participação nas compras, mesmo com as notícias de 'crise' no país", disse. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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