Em Chicago, soja fecha o dia de olho na demanda e à espera dos novos números do USDA

Publicado em 29/09/2015 17:27

O mercado internacional da soja fechou a sessão desta terça-feira (29) em alta. As cotações terminaram o dia com ganhos de 4,75 a 7,50 pontos nos principais vencimentos, com o novembro/15 cotado a US$ 8,84 e o maio/16 valendo US$ 8,93 por bushel. Os futuros da oleaginosa operaram durante todo o dia em campo positivo neste pregão. 

Para alguns analistas, a reação dos preços se deu por conta de um movimento técnico de recuperação dos preços após as fortes baixas da sessão anterior, além da busca dos traders por um bom posicionamento antes da chegada do boletim de estoques trimestrais que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta quarta-feira (30). 

Os números fazem referência à posição de 1º de setembro e as expectativas trazidas por consultorias e agências de notícias, que sempre causam ansiedade entre os investidores, apontam, em média, um número menor do que o reportado no mesmo período de 2014. 

As estimativas da agência internacional de notícias DTN Progressive Farmer variam entre 4,49 milhões e 6,12 milhões de toneladas, com média de 5,55 milhões. Em 1º de setembro de 2014, os estoques trimestrais reportados  vieram em 2,5 milhões de toneladas. Já em junho deste ano, quando foi divulgado o reporte para a posição de 1º de junho, o volume era de 17,01 milhões de toneladas.

"No ano passado, neste mesmo momento, o USDA segurou firme sua projeção para os estoques finais da soja em 3,54 milhões de toneladas ajustando o volume do residual, mensalmente, em seus boletins. Quando esse mecanismo já não era mais uma opção, o departamentou reduziu suas contas para 2,5 milhões de toneladas. É possível que vejamos algo similar neste ano, mas não na mesma intensidade", diz Darin Newson, analista sênior da DTN.

Além disso, ainda segundo Camilo Motter, analista e economista da Granoeste Corretora de Cereais, esse é um relatório importante, uma vez que trata dos estoques finais de uma tmpo "Esses números devem vir com algum ajuste negativo, e a safra passada também pode vir com ajuste, teremos que observar se vai haver essa modificação", diz. "Esse ainda será o maior estoque de virada de safra, mas bem menor do que o inicialmente estimado pelo USDA em cerca de 12 milhões de toneladas. Então, é positivo neste período na ótica comparativa, pois reflete um consumo bastante expressivo ao longo do ano", completa. 

Além disso, Motter explica também que a melhora na demanda pela soja norte-americana é outra condição de suporte para os preços da oleaginosa. Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciaram novas vendas para a China - com volumes comprados da safra 2016/17 - e destinos desconhecidos. 

E, ao mesmo tempo, os produtores norte-americanos seguem retraídos em suas vendas, reduzindo a pressão da oferta - que se intensifica com a evolução da colheita nos Estados Unidos, já concluída em 21% da área do país - como explicou o vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville. Ainda assim, o fator segue como um limitador para o avanço da commodity na CBOT. 

"Hoje foi um bom dia, e acredito que esteja muito mais ligado a uma falta de oferta. Não há muita pressão de venda por parte dos produtores neste momento. Além disso, acredito que a ação dos preços globais tem sido boa. Ambos, soja e milho, sustentam algum suporte nos gráficos, e me parece ser uma compra especulativa", diz Scoville.

Mercado Interno

No Brasil, o dia foi de negócios com um pouco mais de ritmo, ainda segundo relatou Camilo Motter. Os produtores brasileiros aproveitaram a combinação de um dólar mais elevado até o início da tarde desta terça-feira e mais os ganhos observados na Bolsa de Chicago para garantir bons momentos de venda. 

No entanto, depois de cerca de 14h, a moeda norte-americana voltou a recuar e os preços nos portos perderam ligeiramente a força. A divisa terminou o dia com queda de 1,23% e valendo R$ 4,0591, depois de, na máxima do dia, bater em R$ 4,1551 e, na mínima, em R$ 4,0123. 

Assim, em Paranaguá, a soja disponível fechou o dia com R$ 85,50, perdendo 0,58% e, em Rio Grande, subiu 0,23% para R$ 87,20 por saca. Já o produto da nova safra manteve os R$ 84,00 no terminal paranaense, enquanto perdeu 0,58% no gaúcho, fechando o dia com R$ 85,50 por saca. Por outro lado, no interior do país, os preços chegaram a subir mais de 3% em algumas praças de comercialização, com Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em MT. 

Veja como ficaram as cotações completas nesta terça-feira:

>> MERCADO DA SOJA

 

Tags:

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Anec reduz previsão de exportação de soja do Brasil em julho
Soja segue operando em alta, mas movimento nesta 3ª feira na Bolsa de Chicago é mais contido
Política americana, demanda forte e derivados dão tom positivo à Chicago com soja subindo 30 pontos nesse início de semana
Preços do farelo sobem mais de 3% em Chicago e dão espaço para soja intensificar ganhos em Chicago
Soja/Cepea: Maior demanda eleva preços do óleo de soja
Soja lidera ganhos entre os grãos em Chicago nesta 2ª e acompanha avanço dos derivados