Soja tem rally de alta na CBOT com foco na demanda, mas preços recuam no BR frente ao dólar

Publicado em 25/09/2015 12:32

A soja vem apliando suas altas na sessão desta sexta-feira (25) na Bolsa de Chicago e o mercado internacional passa por um novo rally. As cotações da oleaginosa, por volta das 11h50 (horário de Brasília), subiam entre 16,50 e 17 pontos, com os primeiros vencimentos buscando os US$ 8,90 e os mais distantes, a volta aos US$ 9,00 por bushel. 

No Brasil, os preços, tanto do produto disponível quanto futuro, perdem força com essa reversão do dólar, mesmo diante desses bons ganhos registrados no quadro internacional. 

Perto das 12h18 (Brasília), a moeda norte-americana perdia 0,78%, valendo R$ 3,9604, ao longo dos negócios, porém, as baixas chegaram a superar os 2%. Apesar dos fundamentos transparecerem a fragilidade da economia brasileira, as intervenções e anúncios do governo pesam sobre   os negócios e permitem essa direção diferente para a divisa. 

Dessa forma, a soja disponível no terminal de Paranaguá caía 1,18% a R$ 84,00 por saca, enquanto em Rio Grande perdia 1,40% para R$ 84,30. Já a oleaginosa da safra nova recuava 2,38% no porto paranaense e era cotada a R$ 82,00, enquanto no gaúcho, queda de 1,78% para R$ 83,10. 

Em Chicago

O estímulo para as cotações na Bolsa de Chicago segue vindo da demanda. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de soja para a China, de 260 mil toneladas da safra 2015/16 e, com esse volume, o total já vendido somente nesta semana passa de 1 milhão de toneladas. 

"Os futuros da soja vem subindo nesta sessão depois dos anúncios diários de venda desta semana, o acordo de compra da oleaginosa dos EUA pela China e de uma alta dos óleos vegetais no mercado asiático nesta sexta", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do site internacional Farm Futures.

Ao mesmo tempo em que há essa sinalização de uma volta da demanda ao produto norte-americano, há também uma falta de vendedores no mercado dos EUA, com o produtor ainda muito retraído, o que também ajuda a sustentar as cotações na CBOT. "Na faixa de US$ 8,50 a US$ 8,70, o mercado não tem vendedores, só compradores", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Por outro lado, se mantém a pressão vinda da colheita dos Estados Unidos. Os trabalhos de campo se desenvolvem bem em um cenário climático bastante favorável. 

"Já devemos ter cerca de 14 a 15% da área colhida nos EUA, a colheita está se desenvolvendo bem nesta semana e a produtividade está surpreendendo. Isso acaba sendo um fator limitante", diz o consultor. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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