Soja: Com suporte da demanda, preços avançam nesta 6ª feira na CBOT e novembro/15 supera os US$ 8,70

Publicado em 25/09/2015 08:03

Nesta sexta-feira (25), os futuros da soja seguem avançando na Bolsa de Chicago. Os principais contratos da oleaginosa, por volta das 7h50 (horário de Brasília), subiam entre 6,50 e 7 pontos, com o vencimento novembro/15 voltand a superar os US$ 8,70 por bushel. No mesmo momento, o maio/16, referência para a safra brasileira, era negociado a US$ 8,86.

Durante toda a semana, o mercado internacional da soja veio ganhando um apoio importante das novidades sobre a demanda pelo produto norte-americano, como os anúncios de vendas feito pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nos últimos dias, o acordo entre China e EUA para a compra de 13,18 milhões de toneladas, além do relatório semanal de vendas para exportação com um volume acima de 1,3 milhão de toneladas. 

Como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a demanda pela soja norte-americana realmente voltou a subir, porém, há uma falta de vendedores também no mercado dos EUA, o que contribui para essa sustentação das cotações em Chicago. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja fecha em alta na CBOT com boas novas da demanda; no Brasil, baixa do dólar tira força do preço

O mercado internacional da soja se apoiou na demanda e fechou a sessão desta quinta-feira (24) em campo positivo, depois de bastante volatilidade. As posições mais negociadas encerraram o dia com ganhos de mais de 4 pontos, os quais levaram o contrato novembro/15 a US$ 8,68 por bushel. Os demais entre os mais negociados no momento voltaram a superar o patamar dos US$ 8,70. 

Em entrevista ao portal internacional Agriculture.com, o vice-presidente da Price Futures, Jack Scoville, disse que, neste pregão, o mercado da soja parece ter ignorado o real mais fraco frente ao dólar - o que torna a oleaginosa brasileira mais competitiva neste momento - e se focou, principalmente no bom relatório de vendas para exportação trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Na semana que terminuo e 17 de setembro, os EUA venderam 1,316 milhão de toneladas, contra 912 mil da semana e expectativas que variavam entre 1 milhão e 1,2 milhão de toneladas. Do total, a maior parte - 762,7 mil toneladas - foi destinada para a China. 

O departamento norte-americano de agricultura trouxe ainda o anúncio de uma nova venda de soja que foi bem recebido pelos traders. Foram mais 313 mil toneladas da safra 2015/16 para destinos desconhecidos. Nesta semana, outras duas vendas já foram anunciadas com um total de 524,5 mil toneladas, sendo 284,5 mil para a China. 

"Além disso, o mercado ainda mantém seus olhos sobre a delegação chinesa que visita os Estados Unidos para a ampliação dos negócios no complexo soja. Então, as novidades sobre a demanda foram consistentes o bastante para darem suporte às cotações nesta quinta-feira. E no final do dia, uma recuperação do real também contribuiu", disse Scoville. 

De acordo com o noticiado pela agência Reuters no final da tarde, importadores chineses assinaram 24 contratos com empresas norte-americanas para a compra de 13,18 milhões de toneladas de soja. O negócio é avaliado em US$ 5,3 bilhões. Entre os representantes, executivos das chinesas Cofco, Sinograin e Sunrise. 

Por outro lado, porém, a pressão do avanço da colheita nos Estados Unidos persiste, como é comum desse período do ano, e os dois lados mantêm o mercado atuando com volatilidade. Até  o último domingo (20), cerca de 7% da área cultivada com soja nos EUA já havia sido colhida e as expectativas para os próximos dias são positivas para os trabalhos de campo, os quais devem contar com boas condições climáticas no Meio-Oeste americano. 

Mercado Brasileiro

No final do dia, a alta do dólar perdeu força e a moeda norte-americana acabou encerrando o dia em queda, se distanciando da máxima de R$ 4,24 batida ao longo do dia ao iniciar uma baixa que chegou a passar de 2%. O movimento foi motivado pelas declarações de Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, sobre a possibilidade do uso das reservas internacionais no câmbio para frear o avanço da moeda-americana. 

"Todos os instrumentos à disposição do Banco Central estão no raio de ação caso seja necessário à frente", disse Tombini. Frente a isso, as expectativas de mais leilões de dólares no mercado à vista, segundo informou a Reuters. Nesta quinta, um leilão de até 20 mil swaps foi realizado pelo BC. 

"Estamos em uma sinuca de bico. Recessão com inflação é uma espiral perigosa e, se não sairmos rapidamente disso, pode ser desastroso. E as chances de isso acontecer são cada vez menores, principalmente com a política como está", disse à Reuters o operador de uma corretora nacional.

Assim, a moeda norte-americana fechou o dia recuando 3,73%, valendo R$ 3,9914 e registrou a maior queda intradia desde 24 de novembro de 2008, quando perdeu 5,24%.

Com isso, os preços da soja praticados no Brasil também perderam um pouco de força nesta quinta-feira de, novamente, poucos negócios. No terminal de Rio Grande, o produto disponível encerrou o dia com baixa de 2,29% para R$ 85,50 e de 0,59% no futuro, com R$ 84,50 por saca. Por outro lado, em Paranaguá, altas para a soja das safras velha e nova. No disponível, o último valor foi de R$ 85,00, subindo 1,19% e, no futuro, ganho de 1,20% para R$ 84,00 por saca. 

Nesse quadro turbulento, os preços no interior do país, portanto, não caminharam em uma direção comum.Em algumas praças como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, baixa de 2,99% para R$ 65,00 por saca. Em contrapartida, Cascavel, Paraná, registrou uma elevação de 2,13% para R$ 72,00, e em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, o valor subiu 1,73% para R$ 74,00 por saca. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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