Soja: Preços da safra nova sobem mais de 1% nos portos do Brasil frente à nova alta do dólar

Publicado em 24/09/2015 12:36

E os futuros da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago. A sessão desta quinta-feira (24) vem sendo marcada por intensa volatilidade apesar das oscilações da oleaginosa serem limitadas, e o movimento se estendia por quase todas as commodities no pregão de hoje. 

Assim, os contratos mais negociados subiam, por volta de 12h10 (horário de Brasília), pouco mais 1 de ponto; minutos antes, os ganhos superavam os 5 pontos. Com isso, o novembro/15 ia a US$ 8,65 e o maio/16 a US$ 8,76 por bushel. 

No Brasil, dia de novas altas para as cotações, uma vez que, além do mercado estável em Chicago, o dólar volta a subir nesta quinta-feira frente ao real. A moeda norte-americana registrava uma sessão de forte volatilidade e, às 12h08, subia 1,44% para R$ 4,2059. Na máxima dos negócios, porém, a divisa bateu em R$ 4,2491, subindo quase 2,5%.  

Nesse quadro, a média de preços no porto de Rio Grande para a soja disponível era de R$ 88,00 por saca, com alta de 0,57% em relação ao fechamento do dia anterior e, em Paranaguá, avanço de 1,19% para R$ 85,00/saca. Já o produto da nova safra era cotado, respectivamente, em R$ 86,00 e R$ 88,00 por saca, com alta de 1,18% e 1,20%. 

Os negócios no Brasil, porém, seguiam travados diante de tantas incertezas. Apesa de ainda em alta, o dólar sentiu o impacto das declarações do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini sobre a possibilidade de leilões mais adiante e acabou reduzindo sua força. 

"O mercado está muito difícil. A atuação do BC está confusa, o resultado é que o mercado não sabe o que fazer e opera com essa volatilidade assombrosa", disse o operador de uma gestora de recursos nacional à agência de notícias Reuters. E com o produtor, que já vê sua soja como um ativo financeiro, a situação não é diferente. 

Mercado Internacional

No quadro internacional, o dia já recebeu algumas boas notícias do lado da demanda, porém, a pressão do avanço da colheita nos Estados Unidos persiste, como é comum desse período do ano, e os dois lados mantêm o mercado atuando com volatilidade. Faltam, portanto, novidades que possam motivar um movimento mais acentuado e melhor direcionado dos preços.

A informação nova desta quinta-feira veio com os números das vendas semanais dos Estados Unidos para a soja em 1,316 milhão de toneladas, volume 44% maior do que o registrado na semana anterior. Do total, a maior parte foi adquirida pela China - 762,7 mil toneladas. As expectativas variavam de 1 milhão a 1,2 milhão de toneladas. 

O quadro ainda é, segundo explica o analista internacional Rich Posson, do Pro Farmer, é de um mercado estável, equilibrado com os vendedores apostando em uma grande safra norte-americana chegando, de forma ainda mais efetiva nos próximos dia, e sendo confirmada pelos relatos de produtividade, enquanto a demanda continua como ponto de sustentação para as cotações. 

"No contrato novembro temos um suporte de US$ 8,53 para os preços e resistência de US$ 8,94", diz Posson. 

Além disso, nesta quinta, o USDA trouxe um novo anúncio de venda de soja em grãos para destinos desconhecidos - 313 mil toneladas da safra 2015/16. Nesta semana, outras duas vendas já foram anunciadas com um total de 524,5 mil toneladas, sendo 284,5 mil para a China. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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