Soja: Avanço do dólar e da colheita nos EUA pressionam mercado na Bolsa de Chicago nesta 3ª feira

Publicado em 22/09/2015 07:58

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualizou seu reporte semanal de acompanhamento de safras no final da tarde desta segunda-feira (21) e os números vieram pressionando as cotações da soja na sessão de hoje em Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 9h30 (horário de Brasília), perdiam entre 5,50 e 6,75 pontos nas posições mais negociadas. 

O departamento informou que a colheita da soja nos EUA, até o último domingo (20), já havia sido concluída em 7%, número que ficou acima das expectativas do mercado que variavam entre 3 e 4% da área apenas. Este foi o primeiro número oficial para a safra 2015/16. Já sobre o índice de condição de lavouras de soja em boas ou excelentes condições, houve um reajuste positivo e passou de 61 para 63% em uma semana, o que também pesou sobre o mercado. 

Paralelamente, há ainda uma nova alta do dólar no mercado internacional, que também pressiona as cotações, segundo explica o analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures, Bob Burgdorfer. "O dólar sobe novamente com as especulações de que uma alta da taxa de juros nos EUA ainda poderia acontecer este ano. Além disso, a queda nos metais e no petróleo (que também subiu ontem, assim como a soja) também pressiona", diz. No Brasil, a moeda norte-americana já renovou sua máxima e supera os R$ 4,00 na sessão desta terça-feira. 

Para Carlos Cogo, consultor da Carlos Cogo Consultoria, o mercado ainda não admite uma mudança de tendência para as cotações e deve continuar sentindo a pressão da chegada da nova oferta norte-americana, apesar de sinais de um aquecimento da demanda pela soja norte-americana. 

"A colheita nos EUA vai continuar batendo nos próximos dias. É o fato de os produtores estarem já colhendo, estão por enquanto vendendo produto da safra velha, têm uma boa capacidade de estocagem, mas estão pouco vendidos. Ao contrário dos brasileiros, os produtores americanos enfrentam um problema bem diferente que é a valorização do dólar", diz Cogo. "Hoje, a soja norte-americana é a soja mais cara do mundo. Então, uma soja ultravalorizada para futuros na Bolsa de Chicago isso é, evidentemente, baixista, porque se vê menos demanda pela soja de seu país. Em termos globais, temos uma demanda firme, mas em termos locais, os produtores vão ter que reter sua colheita e esperar completa. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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