Soja: Mercado na Bolsa de Chicago tem novo dia de estabilidade e pouca movimentação

Publicado em 18/09/2015 07:52

Na última sessão da semana, as cotações da soja operam, mais uma vez, com oscilações bastante tímidas na Bolsa de Chicago. O mercado internacional ainda busca um direcionamento, o que mantém os traders e fundos de investimento bastante cautelosos nesse momento, evitando movimentos mais acentuados. 

Assim, por volta das 7h20 (horário de Brasília), os principais vencimentos caíam pouco mais de 1 ponto, com o novembro/15 valendo US$ 8,83 por bushel, e o maio/16, referência para a safra brasileira, vinha cotado a US$ 8,93 por bushel. 

Além disso, o mercado também reflete a manutenção da taxa de juros nos Estados Unidos pelos Federal Reserve. A decisão saiu na tarde desta quinta-feira (17), bem perto do fechamento da sessão de ontem em Chicago e parece não ter tido muito peso entre os negócios.

Paralelamente, os fundamentos. Do lado da oferta, atenção à evolução da colheita da safra 2015/16 dos EUA; do lado da demanda, espera por novidades nas exportações norte-americanas e nas compras chinesas. Somente nesta semana, a nação asiática já adquiriu 458,5 mil toneladas em duas compras reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja tem dia negativo para Chicago e portos do Brasil nesta 5ª feira; preços avançam no interior

Em mais uma sessão de pouca movimentação, os futuros da soja fecharam a quinta-feira (17) novamente próxima da estabilidade, porém, em campo negativo. As perdas entre as posições mais negociadas ficaram entre 0,25 e 2,75 pontos, com o novembro/15 valendo US$ 8,84 por bushel, enquanto o maio/16 terminou os negócios valendo US$ 8,94. 

Os preços seguem trabalhando em um intervalo ainda bastante estreito - na casa de US$ 8,50 a US$ 8,90 por bushel - e essa é a tendência para o mercado internacional até que a safra norte-americana seja melhor definida e conhecida. Paralelamente, as informações da demanda serão a outra frente que continua sendo acompanhada muito de perto pelos investidores. 

E nessa espera, os fundos se mostram extremamente cautelosos, como explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter. "O momento é de muita cautela. As informações sobre as produtividades que forem chegando com o avanço da colheita nos EUA e mais as exportações norte-americanas serão, entre outros fatores, os pontos primordiais a serem acompanhados. Será muito importante ouvirmos os relatos que chegam do campo", diz. 

Para Motter, a demanda mundial por soja, inclusive por parte da China, deverá continuar bastante consistente e atuando como importante fator de suporte para as cotações. Nesta semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já anunciou duas vendas de soja da safra 2015/16 para a China que somaram 473,5 mil toneladas. 

Além disso, ainda nesta quinta, o departamento norte-americano trouxe os novos números das vendas semanais para exportação dos EUA e, apesar de terem sido menores do que as da semana anterior, ficaram dentro das expectativas. Na semana que terminou em 10 de setembro, os EUA venderam 912 mil toneladas de soja em grão, enquanto as projeções variavam entre 900 mil a 1,3 milhão de toneladas. Do total, a maior parte do produto foi adquirida pela nação asiática, que comprou 458,5 mil toneladas. 


Além dos fundamentos de oferta e demanda, as movimentações e expectativas do mercado financeiro também ainda influenciam o mercado de grãos e, nesta semana, o foco maior vinha direcionado sobre o anúncio do Federal Reserve (o banco central norte-americano) sobre as taxas de juros nos EUA, a qual saiu também nesta quinta-feira, já bem próxima do fechamento da sessão na CBOT. O Fed manteve, mais uma vez, a taxa inalterada e próxima de zero no país diante da sinalização de uma fraqueza da economia global. 

A informação, como explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, essa notícia poderia ter um impacto mais significativo na próxima sessão, com os fundos revertendo algumas posições realizadas ao longo dos últimos dias de uma migração das commodities para outros ativos, como o dólar por exemplo. 

Leia mais:

>> Fed mantém taxa de juros nos EUA em sinalização à fraqueza da economia global

Neste quadro, a soja fechou o dia em queda, porém, se mantém positiva em um balanço semanal e, como relata o analista internacional Bob Burgdorfer, do portal Farm Futures, as cotações já não estão muito distante das máximas de três semanas alcançadas na última terça-feira (15). 

No Brasil

No Brasil, o foco dos produtores de soja continua mantido no início do plantio da safra 2015/16, e os negócios estão parados, principalmente com o produto da nova temporada. Afinal, mesmo com uma nova alta do dólar nesta quinta-feira e prêmios ainda positivos nos portos, os preços no mercado brasileiro voltaram a perder força nos terminais.

Em Rio Grande, a soja disponíbel terminou o dia com queda de 1,19% para R$ 83,00 por saca e em Paranaguá encerrou valendo R$ 81,30, com baixa de 1,45%. Já o produto futuro perdeu 1,22% no porto paranaense - para R$ 81,00 - e 1,45% para R$ 81,30 no gaúcho. No porto de Santos, o preço da soja disponível caiu 1,42% para R$ 83,20. 

Em contrapartida, as cotações continuam subindo no interior do país e em algumas praças as cotações já operam na casa dos R$ 70,00 por saca, como é o caso de Cascavel e Londrina, ambas as praças no Paraná, com altas de 0,72% e 1,45%, respectivamente, nesta quinta-feira. Já em Não-Me-Toque, o preço se manteve estável em R$ 71,50, enquanto subiu 1,395 em São Gabriel do Oeste/MS, para R$ 73,00.

O baixo volume de oferta da safra 2014/15 em um cenário de uma demanda interna aquecida, principalmente pelo setor brasileiro de rações, vem dando suporte a este quadro, ainda segundo explicam analistas. 

Nesta quinta, o dólar subiu 1,25% valendo R$ 3,8822, depois de bater em R$ 3,9092 na máxima do dia. A moeda americana operou durante todo o dia em campo positivo e com boas altas, porém, perdeu força depois do anúncio do Federal Reserve sobre os juros nos EUA. 

Leia mais:

>> Dólar sobe 1,25% sobre o real, com preocupações locais e após Fed

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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