Soja da safra nova em Rio Grande sobe e vai a R$ 83,50 com suporte do dólar; Chicago recua

Publicado em 17/09/2015 13:24

O mercado internacional da soja vem ampliando ligeiramente suas baixas na sessão desta quinta-feira (17) na Bolsa de Chicago e opera agora em campo negativo. Os futuros da oleaginosa, por volta de 12h40 (horário de Brasília), perdiam entre 4 e 4,75 pontos nos principais vencimentos, que mais uma vez perdiam o patamar dos US$ 8,90 por bushel. A exceção era o contrato maio/16, que valia, no mesmo momento, US$ 8,92. 

Por outro lado, o dólar voltou a subir frente ao real nesta quinta. A moeda subia 1,59% e valia R$ 3,896 perto das 13h10 (Brasília), e trazia estabilidade para as cotações da soja nos portos do país. Ainda assim, os negócios não apresentavam uma direção comum, o que tem sido frequente nesta semana. 

Em Paranaguá, a soja disponível valia R$ 81,00, se mantendo estável em relação ao fechamento de ontem, e a futura, por outro lado, perdia 1,22% para ser cotada a R$ 81,00 por saca. Em Rio Grande, por outro lado, o produto com entrega prevista para maio/16 registrava um ganho de 1,21% para R$ 83,50, enquanto o disponível mantinha os R$ 84,00. 

Bolsa de Chicago

Apesar de baixas um pouco mais significativas, ainda de acordo com analistas, a falta de direção do mercado continua, bem como uma tentativa dos traders de encontrar um bom posicionamento. Afinal, além dos trabalhos de colheita que estão sendo acompanhados nos EUA, há ainda as expectativas sobre a taxa de juros nos EUA, já que seu futuro pode ser decisivo para as commodities de uma forma geral.  

O mercado acompanha as confirmações de produtividade da soja norte-americana na medida em que a colheita avança e traz uma definição mais clara da safra 2015/16, o que pode trazer, portanto, um indicativo melhor também dos estoques norte-americanos e, finalmente, do papel que a demanda - que segue trazendo boas notícias nesta quinta - deverá desempenhar na formação dos preços no mercado internacional. 

Hoje, o USDA anunciou uma nova venda de soja da safra 2015/16 de 298 mil toneladas para a China. Este já e o segundo anúncio da semana, já que nesta quarta (16) foi anunciada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a venda de outras 184,5 mil toneladas. 

Além disso, os números das vendas semanais para exportação também foram positivos e ficaram dentro das expectativas do mercado. Os EUA venderam 912 mil toneladas de soja em grão, volume que ficou dentro das expectativas do mercado - de 900 mil a 1,3 milhão de toneladas - porém, ficou bem abaixo do registrado na semana anterior, de 1.790,2 milhão. Do total, a maior parte do produto foi adquirida pela China, que comprou 458,5 mil toneladas. 

Derivados - O boletim mostrou ainda que, na semana que terminou no último dia 10, os EUA venderam ainda 239,5 mil toneladas de farelo de soja frente a expectativas que variavam de 100 mil a 230 mil toneladas. Foram 41 mil da safra 2014/15 e mais 198,5 mil da 2015/16. Na semana anterior, o volume foi de 152,3 mil toneladas. 

Do total vendido da safra velha, o principal comprador foi o México, que adquiriu 29,3 mil toneladas e da nova, as Filipinas compraram 96,3 mil e se firmaram como o principal destino do derivado dos EUA. 

O reporte trouxe também os números do óleo de soja e vendas de 12,8 mil toneladas da safra 2014/15. As expectativas oscilavam entre 0 e 20 mil toneladas e, na semana anterior, os EUA venderam 6,6 mil toneladas. O maior comprador, neste caso, também foi o México, que adquiriu 4,5 mil toneladas. 

Financeiro - Ao mesmo tempo, os traders aguardam ainda pelas decisões que devem chegar da reunião do Federal Reserve sobre a taxa de juros nos Estados Unidos e o impacto que as possíveis mudanças podem ter sobre as commodities. Novas informações devem chegar nos próximos dias. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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