Soja: Com boas altas na Bolsa de Chicago, preço no disponível vai a R$ 83 em Rio Grande

Publicado em 08/09/2015 13:06

O mercado internacional da soja, na sessão desta terça-feira (8), continua intensificando suas altas na Bolsa de Chicago. Por volta de 12h50 (horário de Brasília), as cotações das posições mais negociadas subiam entre 14,75 e 15,25 pontos, com o contrato setembro/15 - que já deixa os negócios na próxima semana - cotado a US$ 8,92 por bushel, enquanto o novembro/15, referência para a safra dos EUA, vinha cotado a US$ 8,81. 

Os futuros da oleaginosa, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, passam por uma correção técnica neste pregão, depois de ter caído bastante nos últimos dias. "Os investidores estão agora se protegendo, retomando algumas posições, principalmente os grandes fundos", diz.

Além disso, a demanda também deu bons sinais nesta terça e favoreceu o andamento das cotações, que retomou os negócios pós feriado nos EUA com perspectivas melhores neste começo de semana. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou hoje a venda de 120 mil toneladas de soja da safra 2015/16 dos EUA para destinos desconhecidos. 

Assim, com esse quadro, os preços registram valorização também nos portos do Brasil, apesar de um dia negativo para o dólar frente ao real. Enquanto a moeda norte-americana perdia 1,32% e operava na casa dos R$ 3,80, a soja disponível chegava aos R$ 83,00 no porto de Rio Grande; já o produto da nova safra valia R$ 81,00 por saca. Em Paranaguá, esses valores eram de, respectivamente, R$ 80,00 e R$ 79,50/saca.

Fundamentos e Clima nos EUA

A semana terá alguns números importantes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegando, como o novo relatório semanal de acompanhamento de safras e o atualizado com os embarques semanais da safra 2014/15. E na sexta-feira, 11 de setembro, chega o novo reporte mensal de oferta e demanda. E essas novas informações devem direcionar o mercado de maneira mais clara, segundo acreditam os analistas. 

Outro fator ainda considerado pelos traders, como explica Bryce Knorr, analista e editor do site internacional Farm Futures, é o cenário climático nos Estados Unidos. A semana que passou, de acordo com as últimas previsões do NOAA, departamento oficial de clima do governo americano, foi de clima quente e seco em diversas partes do Corn Belt, o que poderia trazer alguma alteração nos índices de lavouras em boas ou excelentes condições apresentados no relatório que será reportado hoje, após o fechamento do pregão.

Para hoje, o NOAA relata chuvas se movendo por Iowa até o alto do Vale do Rio Mississipi, o que poderia trazer precipitações de normais à acima da média para áreas que vinham sofrendo com um tempo mais seco, como apontado no mapa para os próximos sete dias. 

Previsão de chuvas para os EUA nos próximos 7 dias - Fonte: NOAA

Já para os períodos dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias, as previsões indicam um período de temperaturas dentro da normalidade para o período, porém, com um padrão de tempo mais seco na próxima semana, podendo, eventualmente, voltar a ficar mais úmido. 

Previsão de chuvas nos EUA para 13 a 17 de setembro - Fonte: NOAA

Previsão de temperaturas nos EUA para 13 a 17 de setembro - Fonte: NOAA


Ao mesmo tempo, ainda segundo Brandalizze, o "mercado segue bastante financeiro" e com muita atenção ao desenvolvimento das informações que chegam sobre as economias da China. Nesta terça-feira, as ações asiáticas subiram de forma bastante expressiva, com altas de quase 3%, depois de uma onda de compra de posições no final da sessão diante das notícias de que o governo local irá ajudar a estabilizar o mercado, de acordo com informações da Reuters. Em agosto, as exportações da nação asiática avançaram, porém, as importações recuaram e trazem alguma preocupação.

Ainda segundo informações da agência de notícias, "na segunda-feira, a China disse que removerá o imposto sobre ganhos com dividendos para investidores que mantiverem ações por mais de um ano em um esforço para encorajar investimentos de longo prazo".   

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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