Soja segue recuando nesta 2ª com pressão do financeiro e clima melhor nos EUA
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, na sessão desta segunda-feira (3), seguem operando do lado negativo da tabela e, por volta das 11h40 (horário de Brasília), as baixas variavam entre 3,25 e 8,25 pontos, como o contrato novembro/15 cotado a US$ 9,35 por bushel. O vencimento agosto, primeira posição (e que já sai da tela no próximo dia 15), era o que registrava o recuo mais ameno e valia US$ 9,77.
Os traders seguem atentos às informações do mercado financeiro - principalmente o andamento do dólar frente ao real e principais moedas mundiais - e também ao desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. No próximo dia 12 de agosto, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo boletim mensal de oferta e demanda e à espera desses números, as especulações sobre o real tamanho da safra aumentam e promovem um ajuste de posições por parte dos investidores.
"Os futuros dos grãos estão recuando nesta segunda-feira ainda diante dos movimentos de venda por parte dos fundos frente a continuidade da pressão sobre os preços registrada no mês de julho nesse início de agosto. Mais notícias negativas sobre a China, agora no setor de manufaturados, pressionaram novamente os índices acionários chineses e também pesam sobre o mercado, bem como foi observada ainda uma queda nas ações gregas", explicou o analista de mercado e editor do site internacional Farm Futures, Bryce Knorr.
No financeiro, os investidores receberam a notícia de que a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da Caixin mostrou que a atividade industrial da China caiu mais que o estimado inicialmente em julho, a maior contração em dois anos, com queda em novas encomendas, segundo noticiou a agência Reuters.
"Acreditamos que o pânico no mercado acionário no começo de julho esfriou a atividade econômica, que é o que os PMIs da indústria indicaram", disse o economista da ING Tim Condon em nota a clientes antes da divulgação do PMI da Caixin.
Na Grécia, o mercado acionário também apresentava baixas significativas e despencava mais de 20% também refletindo vendas fortes por parte dos investidores em um "efeito manada", ainda de acordo com a Reuters. "Parece que as ações de bancos terão mais espaço para cair na terça-feira antes que as ofertas surjam", disse o gestor de fundos, que não quis ser identificado. "Vai demorar alguns dias para que o mercado se equilibre", informou a agência.
Entre os fundamentos, foco no desenvolvimento da nova safra norte-americana. Hoje, o o departamento agrícola norte-americano traz ainda seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras atualizando as condições das lavouras do país e isso poderia também influenciar o andamento do mercado, bem como as novas previsões climáticas para os próximos dias no Meio-Oeste americano.
O final de semana nos EUA foi quente e, de acordo com os últimos mapas climáticos trazidos pelo NOAA, o departamento oficial de clima americano, os próximos sete dias deve ser de temperaturas mais amenas, com algumas tempestades localizadas que poderiam trazer chuvas acima do normal do oeste do Corn Belt ao Vale do Rio Ohio.
Previsão de Chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Já nos períodos dos próximos 6 a 10 e a 8 a 14 dias, as previsões indicam o retorno de um "calor favorável" no oeste da região produtora dos EUA, como mostram os mapas abaixo.
Projeção das Temperaturas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Projeção das Chuvas para 8 a 12 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Projeção das Temperaturas para 10 a 16 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
Projeção das Chuvas para 10 a 16 de agosto nos EUA - Fonte: NOAA
"Embora ainda seja cedo para um balanço completo, algumas 'forças baixistas' estão se alinhando sobre os preços da soja, incluindo questões sobre a demanda da China (na última sexta-feira, o USDA anunciouo cancelamento da compra de 200 mil t por parte da nação asiática). Assim, sem um corte na produção dos EUA com uma redução da produtividade ou menor área de plantio (informações a serem divulgadas pelo departamento agrícola no dia 12), o potencial de novos rallies fica limitado", afirma Knorr.