Dólar dispara frente ao real e soja em Rio Grande sobe quase 2% e volta aos R$ 77

Publicado em 22/07/2015 13:24

O dólar voltou a subir frente ao real nesta quarta-feira (22) superando os R$ 3,20 e de olho na cena política e fiscal do Brasil. Com isso e apesar das baixas registradas pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, os preços da oleaginosa no mercado de portos vem garantindo a manutenção de bons patamares. 

Assim, a soja com entrega em setembro, no porto de Paranaguá, bateu nos R$ 76,00 por volta de meio-dia. Ainda no terminal paranaense o produto para julho mantinha os R$ 74,00, enquanto o futuro era negociado em R$ 74,60. Já em Rio Grande, a soja disponível e futura dispararam para R$ 77,00, subindo, respectivamente, 1,99% e 1,32%, respectivamente. 

Em Chicago, os principais vencimentos da soja operavam em campo negativo, à exceção do agosto/15, que subia 1,50 ponto a US$ 10,20 por bushel. Os demais recuavam entre 5,25 e 8,25 pontos, abaixo dos US$ 10,00. 

O mercado internacional caminha de lado a medida em que as incertezas sobre o clima nos Estados Unidos refletidas em previsões de vários modelos são divergentes para os próximos dias e acabam por tirar a direção dos negócios, que ainda se foca no desenvolvimento da nova safra dos EUA. 

E apesar de condições um pouco mais favoráveis para os grãos nas últimas semanas, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último boletim de acompanhamento de safra reportado na segunda-feira (20) manteve o inalterado o índice de lavouras em boas ou excelentes condições em 62%. 

Alta do dólar reflete dia D para meta fiscal e "pedaladas" de Dilma"; possível alta de juros nos EUA também influencia

A agenda política do Brasil está bastante agitada nesta quarta-feira. Se encerra hoje o prazo para a presidente Dilma Rousseff trazer suas explicações ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as chamadas "pedaladas fiscais" e evitar uma reprovação das contar públicas de 2014. Além disso, a redução da meta fiscal deve ser anunciada no final do dia e também está no radar dos investidores. 

"Uma redução muito significativa na meta pode alertar as agências (de classificação de risco) de que a situação no Brasil vai demorar muito mais para melhorar", disse o operador Glauber Romano, da corretora Intercam, à agência Reuters. Segundo a jornalista do G1 Cristina Lôbo já adiantou, o corte poderia ser de 1,2% para, no máximo, 0,2% do PIB. 

Ainda hoje, o parlamento grego continua o debate para o projeto de lei que orienta o segundo pacote de reformas no país que foi colocado por seus credores  antes de as negociações para um terceiro resgate serem consolidadas. Além disso, há ainda as perspectivas, segundo analistas, cada vez maiores do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos. 

Nos EUA, previsões para o clima seguem divergentes

O mercado acompanha também as novas previsões climáticas para o Meio-Oeste americano. "A última previsão, entre os dias 27 a 31 de julho, indica chuvas abaixo do normal para Ohio. Contudo, a previsão mantém a precipitação acima do normal para Iowa. E temos temperaturas acima do normal para o mesmo período", afirma Bob Burgdorfer, analista de mercado do site internacional Farm Futures. Ainda assim, apesar das especulações em relação ao clima, o USDA (Departamento Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 62% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 

Chuvas nos EUA entre os dias 27 a 31 de julho - Fonte: NOAA

 

Temperaturas nos EUA entre os dias 27 a 31 de julho - Fonte: NOAA

 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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