Soja: Com alta do dólar e perdas mais amenas na CBOT, preço da safra nova vai a R$ 77 em Rio Grande

Publicado em 20/07/2015 12:55

No início da tarde desta segunda-feira (20), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago reduziram significativamente suas baixas e, depois de operar com recuos de dois dígitos, os principais vencimentos perdiam entre pouco mais de 4 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar continuava subindo e o quadro trouxe, portanto, um suporte para os preços da soja no Brasil. 

Por volta de 12h (horário de Brasília), a soja disponível em Rio Grande era negociada a R$ 75,30, com alta de 0,8% em relação ao fechamento da última sexta-feira (17), enquanto a da safra nova batia em R$ 77,00, subindo 0,65%. Já em Paranaguá, uma pequena baixa de 0,9% era registrada para o produto disponível, que vinha cotado a R$ 74,30. 

Na Bolsa de Chicago, os negócios, no início do dia, principalmente se pautaram muito no quadro financeiro, onde essa forte alta do dólar, não só frente ao real, mas à uma cesta de principais moedas por todo o mundo, e uma forte queda do ouro trazim um recuo generalizado para as commodities, principalmente as agrícolas, que são ainda mais sensíveis.

O avanço do dólar, segundo explicaram especialistas, se deu, principalmente, por conta das fortes expectativas de uma alta das taxas de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve e que poderia acontecer nos próximos meses. E o dólar index, que segue o preço do dólar americano frente às principais moedas mundiais, subiu 20% no último ano.

"E o valor do dólar tem, tipicamente, uma relação inversa com as commodities. Quando o dólar sobre frente às outras divisas, os preços das commodities caem, e o inverso também é verdadeiro, e isso acontece porque quase todas as commodities nos mercados internacionais são negociadas em dólar", explica o especialista do The Wall Street Journal. "Os compradores internacionais adquirem suas commodities em dólar, então, quando o dólar cai, o poder de compra é maior e a demanda aumenta, e quando o dólar sobe, o poder é menor, uma vez que as commodities se tornam mais caras", diz. 

No Brasil, o dólar ainda contava com mais um componente para a alta e passar a operar acima dos R$ 3,20: a crise política. O cenário conturbado no Brasil já era confuso quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, resolveu romper com o governo e se colocar como oposição, após ser acusado de receber US$ 5 milhões de propina. Em seguida, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros criticou publicamente o ajuste fiscal em andamento e elogiou Cunha. 

Clima nos EUA

No mercado internacional, outro fator de pressão vem das previsões de um clima mais favorável no Meio-Oeste americano para os próximos dias. "Os meteorologistas esperam um clima melhor para a maior parte do Corn Belt nesta semana depois de um final de semana de chuvas generalizadas", disse Tobin Gorey, diretor de estratégia agrícola do banco internacional Commonwealth Bank á agência internacional Reuters.

Os próximos dias ainda deverão ser de chuvas intensas, principalmente no leste do Meio-Oeste americano, porém, depois a tendência indica condições de tempo mais quente e seco em importantes regiões produtoras do país, como explica o analista de mercado Bryce Knorr, do site internacional Farm Futures. Assim, o mapa reportado nesta segunda pelo NOAA, o departamento oficial de clima do governo americano, ainda mostra fortes precipitações para os próximos sete dias. O estado do Missouri, por exemplo, pode receber acumulados de 50,8 a 101,6 mm de chuvas. 

Previsão de chuvas para os próximos 7 dias nos EUA - Fonte: NOAA

Os mapas meteorológicos com previsões mais extendidas, porém, mostram que o Corn Belt deverá registrar chuvas abaixo da média para o período nos intervalos dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias. 

Chuvas nos EUA entre os dias 25 a 29 de julho - Fonte: NOAA

Chuvas nos EUA entre os dias 27 de julho a 2 de agosto - Fonte: NOAA

 

  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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