Soja: Em movimento técnico, mercado fecha sessão em campo negativo na CBOT

Publicado em 24/06/2015 17:24

As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram mais um dia de volatilidade. Depois de testar os lados da tabela, as principais posições da oleaginosa fecharam a sessão desta quarta-feira (24) com perdas entre 4,25 e 5,75 pontos. O vencimento novembro/15, referência para a safra americana, terminou o pregão a US$ 9,56 por bushel.

Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado trabalhou de maneira técnica nesta quarta-feira. “Tivemos um mercado técnico operando em cima de gráficos, contratos de compras e vendas e observando os indicativos internacionais, principalmente ao comportamento do dólar frente a outras moedas e o impasse da dívida da Grécia”, afirma.

Apesar das oscilações, as movimentações dos contratos da oleaginosa foram pequenas e essa deverá ser a tendência para os preços futuros nos próximos dias, conforme acredita Brandalizze. “O quadro de clima nos EUA já impulsionou as cotações nas últimas semanas e deu suporte para puxar os preços. A partir de agora temos o sol se abrindo no Meio-Oeste e a perspectiva é de boa evolução nas lavouras norte-americanas. Nesse momento, o fator clima deve perder a importância e teremos um mercado mais técnico”, ressalta o consultor.

Entretanto, o clima deverá voltar a ter atenção dos participantes do mercado mais adiante, especialmente entre os meses de junho e agosto. Isso porque, nesse período, as lavouras da soja estarão em fase de florescimento e início de enchimento de grãos e as previsões climáticas indicam temperaturas acima da média. Caso o padrão climático seja confirmado, as plantas poderão passar por um stress, o que pode dar suporte aos preços no mercado internacional, ainda de acordo com Brandalizze.

“Passamos pela primeira fase do mercado climático, depois voltaremos ao clima quando as plantas estarão em fase reprodutiva. Essa semana, o plantio da soja entra na fase final nos EUA e, mesmo nos estados mais atrasados como é o caso do Kansas, o tempo aberto deverá favorecer a colheita do trigo e, consequentemente a semeadura da oleaginosa. Agora, teremos uma fase de calmaria em relação ao clima, pois mesmo que não tenhamos chuvas nos próximos dias, temos ainda boa umidade no solo”, ratifica o consultor.

Relatório do USDA

Na próxima terça-feira (30), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta dois importantes números sobre a produção norte-americana: os estoques trimestrais e a área de plantio da temporada 2015/16.  Inclusive, na visão do consultor, esse pode ser o fator para impulsionar os preços da soja na próxima semana.

“Se os números de área plantada com o grão nos EUA ficarem abaixo do indicado anteriormente pelo USDA, de 34,24 milhões de hectares, será um fator positivo. O mesmo acontece com as projeções em relação aos estoques. As cotações podem se aproximar novamente dos US$ 10 por bushel”, destaca o consultor.

Mercado interno

Apesar da alta do dólar, que encerrou o dia a R$ 3,10 na venda, com ganho de 0,76%, influenciado pela postura mais cautelosa dos investidores em meio às preocupações com a Grécia e as notícias políticas monetárias do Brasil e do EUA, as cotações da soja nos portos brasileiros recuaram nesta quarta-feira.

A soja disponível no Porto de Paranaguá caiu 3,50%, cotada a R$ 69,00. Já o preço futuro ficou estável em R$ 72,00, para entrega em março/16. Em Rio Grande, o preço da soja disponível permaneceu inalterado em R$ 70,50 a saca. Por outro lado, a cotação futura recuou 0,67%, com valor a R$ 73,70/saca.

Nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, ambas no estado do Paraná, o dia foi de ligeira queda de 0,86%, com a saca da soja a R$ 57,50. Sobre a comercialização da safra brasileira, o consultor ainda sinaliza que boa parte da safra velha já foi negociada e os produtores que ainda têm o grão poderão ter boas oportunidades de negócios, já que a demanda no mercado interno é forte.

“Já a comercialização da safra nova segue lenta. Com os preços da soja em patamares mais baixos do que os registrados em anos anteriores, os produtores venderam menos, porém, oportunidades têm aparecido. Na semana passada, tivemos muitos negócios e os produtores têm que aproveitar. Já temos os custos de produção em torno de 10% a 15% mais altos, então os agricultores terão que fazer a comercialização da soja em mais vezes”, orienta Brandalizze.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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