Soja tem nova sessão de boas altas em Chicago nesta 3ª feira; USDA anuncia nova venda
Na sessão desta terça-feira (28), o mercado internacional registra mais um dia de altas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 10h (horário de Brasília), subiam entre 6,50 e 9,25 pontos, com as duas primeiras posições acima dos US$ 9,80 por bushel.
Segundo analistas internacionais, sem muitas novidades ainda sobre a nova safra norte-americana - o plantio foi concluído em apenas 2% da área até o último domingo (26) de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - notícias pontuais trazem esse impacto de força para o mercado, principalmente com novidades sobre a demanda pelo produto norte-americano.
Hoje, o departamento reportou uma nova venda de soja dos EUA para destinos desconhecidos, nesse caso de 390 mil toneladas de soja em grão da safra 2015/16 para destinos desconhecidos. Ontem, foi anunciada uma venda de 158 mil toneladas, porém, da safra 2014/15.
"O mercado internacional de grãos trabalha em campo misto nesta terça-feira, com a soja tentando manter seu tom positivo. No cenário macro, os mercados se mantém mais retraídos frente ao início da reunião de dois dias, que começou hoje, do Federal Reserve (o banco central norte-americano) sobre a política monetária do país, e das expectativas de que o aumento da taxa de juros no país está um pouco mais longe do que mostravam as expectativas", diz Bryce Knorr, editor e analista do site Farm Futures.
Além disso, Knorr explica ainda que o mercado se mantém firme também por conta da boa demanda pela soja dos EUA, principalmente da safra 2014/15, e pela cobertura de posições de mais curto prazo por parte dos fundos de investimentos.
"O relatório dos embarques semanais divulgado nesta segunda-feira mostraram que o volume bateu no topo das estimativas do mercado ao somarem 311,622 mil toneladas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, os embarques já estão 11% maiores, enquanto o USDA estimava que seriam apenas 9% maiores em todo o ano comercial 2014/15 se comparados aos embarques da temporada anterior", diz o analista da Farm Futures.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Soja: Com queda do dólar, prêmios disparam no Brasil na tentativa de atrair vendedores
Os prêmios pagos para a soja nos portos brasileiros dispararam neste início de semana. Em Paranaguá, os valores das principais posições de entrega subiram de 16,36 a 25,93% em relação à última sexta-feira (24) e fecharam o dia com valores entre 64 e 75 centavos de dólar pagos sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago. No porto de Rio Grande, os valores passam de 80 cents para as posições mais negociadas.
Esse avanço mais do que significativo, segundo analistas, reflete o movimento dos compradores de tentarem garantir seu produto no Brasil, uma vez que os preços, nos últimos dias, recuaram significativamente e já não estimulam novas vendas. Em Paranaguá, a soja para embarque maio/15 caiu 3,01% para R$ 64,50 por saca. Em Rio Grande, baixa de 0,75% para o produto disponível, com R$ 66,00, e o com embarque junho registrou baixa de 1,04% para R$ 66,00. No interior do país, nas principais praças de comercialização, as baixas dos últimos dias ficam entre R$ 3,00 e R$ 5,00 por saca.
Segundo explicou o consultor Steve Cachia, da Cerealpar, essa disparada dos prêmios ainda não se transformou em uma melhora nos preços e o impacto desses números devem ser acompanhados ao longo dos próximos dias. "O mercado brasileiro perdeu muito valor nos últimos dias, principalmente por conta do dólar, e esses prêmios vem tentando compensar isso, vem tentando trazer os vendedores de volta, mas isso ainda não acontece. E os compradores continuam presentes", diz.
Dessa forma, Cachia relata ainda um mercado brasileiro sem muito ritmo e sem muitos novos negócios sendo efetivados. "O mercado está parado e esses prêmios mais altos tentam trazer um pouco mais de movimentação".
Nesta segunda, o dólar registrou uma nova sessão de baixas frente ao real e chegou a bater nos R$ 2,90 ao longo do dia. A moeda norte-americana, assim, encerrou os negócios com uma queda superior a 1%, pesando severamente sobre a formação dos preços no Brasil. E foi essa baixa que, novamente, neutralizou as pequenas altas registradas em Chicago nesta primeira sessão da semana.
Como relatou o analista de mercado da MGS Rural, Márcio Genciano, em abril, a soja no interior do Paraná, por exemplo, já passa de 7%, enquanto em Chicago, a baixa é de pouco mais de 2%. "E isso mostra que o dólar - que já caiu 24% até a última sexta-feira (24) - foi o principal formador de preços, assim como foi o responsável pela queda no mercado físico", disse.
Em Chicago
Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam o dia com ligeiros ganhos. Os principais vencimentos terminaram a dia com altas de 0,25 a 3,25 pontos nos principais vencimentos, depois de subirem mais de 8 pontos durante o pregão. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, fechou cotado a US$ 9,73 por bushel.
O mercado tenta se recuperar das baixas registradas na última sessão e mostram a força do mercado ainda trabalhando, segundo explicam analistas, para seguir operando entre US$ 9,50 e US$ 9,80 por bushel nos principais vencimentos.
Além disso, o mercado busca um bom posicionamento à espera das primeiras informações sobre a safra 2015/16 dos Estados Unidos e o comportamento do clima no país nos próximos dias.
Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deverá reportar seu primeiro boletim semanal de acompanhamento de safras com a evolução do plantio da soja nos EUA e a expectativa do mercado é de que os trabalhos de campo já estejam concluídos em 2% da área.
Além dessas informações, o mercado recebeu ainda hoje o reporte do USDA de uma nova venda de soja em grão da safra 2014/15 e foram 158 mil toneladas para destinos desconhecidos, informação que também atua de forma positiva sobre as cotações.
O departamento norte-americano informou ainda que os embarques semanais de soja dos EUA somaram, na semana que terminou em 23 de abril, 311,622 mil toneladas, contra as expectativas que variavam de 110 mil a 270 mil toneladas. No acumulado do ano comercial, os embarques já totalizam 45.802,514 milhões de toneladas, contra 41.353,670 milhões do mesmo período da temporada anterior.