Em Chicago,mercado da soja dá continuidade às altas na sessão desta 4ª feira

Publicado em 01/04/2015 08:58

O mercado internacional da soja, nesta quarta-feira (1), dá continuidade às altas registradas na sessão anterior e opera em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa, por volta das 8h50 (horário de Brasília), subiam mais de 4,50 pontos entre os principais vencimentos. 

Os negócios ainda refletem a divulgação dos últimos números trazidos ontem pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre as intenções de plantio da safra 2015/16. A área veio estimada abaixo da média esperada e motivou algum avanço das cotações. 

Paralelamente, o departamento apontou ainda para estoques trimestrais de soja nos EUA em 1º de março também abaixo da expectativa média e completou o quadro positivo para os preços. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja: Após área estimada pelo USDA abaixo da média esperada, CBOT fecha em alta

A espera pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgados nesta terça-feira, 31 de março, era grande e, aos serem reportados, o mercado internacional da soja imediatamente respondeu. Assim, os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com altas de 5 a 6,25 pontos entre os principais vencimentos. O contrato maio/15, referência para a safra brasileira, ficou em US$ 9,73 por bushel e o agosto/15 terminou o dia com US$ 9,77. 

Segundo o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult, o relatório foi bom para o mercado. "Para mim, acabou a baixa", diz. Severo diz ainda que ainda é difícil avaliar os próximos elementos que serão direcionadores das cotações nos próximos meses, porém, muitos fatores deverão ser avaliados. "Entre outras coisas, o esgotamento da safra americana com respectiva dedução dos estoques. Eles (os EUA) irão continuar vendendo soja, deduzindo estoques", explica.

Para a soja, o departamento agrícola norte-americano trouxe uma área a ser plantada de 34,251 milhões de hectares. O número ficou acima do registrado na safra 2014/15 - 33,873 milhões hectares. Porém, ficou abaixo da estimativa média com a qual trabalhava o mercado, que era de 34,783 milhões de hectares. As expectativas dos traders, analistas e consultorias privadas variavam de 33,629 e 35,612 milhões. No link abaixo, confira a íntegra da notícia sobre o relatório de intenções de plantio nos EUA:

Quando o USDA realizou seu Annual Outlook Forum, em fevereiro deste ano, trouxe uma possibilidade de redução para a área de soja nesta próxima safra em relação à 2014/15, estimando uma área cultivada com a oleaginosa em 33,791 milhões de hectares. Esse quadro, porém, não se confirmou. 

Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, os números trazidos pelo departamento nesta terça-feira não fogem do perfil conservador do órgão e acredita que, nos próximos boletins, os dados deverão ser corrigidos. "O mercado vinha precificando um possível aumento de área nos EUA, mas esse número abaixo da média estimada acabou segurando a queda", explica. 

Apesar disso, Brandalizze afirma ainda que o mercado, no curto prazo, ainda não apresenta uma tendência bem consolidada para novas altas significativas somente com esses dados. "Os preços ainda têm um fôlego importante para buscarem alguns patamares, mas continuam esbarrando entre os US$ 9,80, US$ 9,90 e assim deve continuar", diz. 

E mesmo o número trazido para a área de plantio de soja ter vindo abaixo da estimativa média esperada, para Camilo Motter, analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, o dado mostra que se confirma uma tendência de que o produtor norte-americano vai continuar semeando mais soja em detrimento do milho nesta próxima safra. "Trata-se de um novo recorde de área", diz.

Para Motter, o mercado segue confinado entre os patamares de US$ 9,50 e US$ 10,50 e, "este relatório, por si só, não é capaz de tirar o mercado deste canal (...) Hoje, a compensação em plantar soja se dá pelo comparativo com o milho, mas os produtores americanos começam a enfrentar problemas de renda com estes níveis de preço da oleaginosa". 

O analista completa dizendo ainda que o mais importante para os preços nesse momento é acompanhar o andamento do clima nos Estados Unidos e o impacto que as condições terão sobre o desenvolvimento da nova safra de grãos. "Mais uns dias, a América do Sul deixa de ter impacto no mercado, porque estamos caminhando para consolidar a safra", explica. 

Nesta terça, a consultoria alemã Oil World revisou seus números para safra mundial da soja e trouxe números maiores também para a colheita brasileira na temporada 2014/15. A projeção para a produção do Brasil nesta temporada foi elevada de 91,2 para 94,1 milhões de toneladas. Em contrapartida, a produção Argentina foi corrigida para baixo, passando de 56 milhões para 55 milhões de toneladas.Para o Paraguai, a Oil World estimou uma produção de 8,1 milhões de toneladas, contra a projeção anterior de 8,8 milhões.

Estoques Trimestrais dos EUA 

Outro número que chegou ao mercado internacional da soja nesta terça-feira foi o dos estoques trimestrais norte-americanos em 1º de março deste ano e o número veio abaixo da expectativa média do mercado. 

Os estoques ficaram em em 36,306 milhões de toneladas, contra 27,053 milhões do mesmo período do ano anterior. As expectativas variavam de 34,020 a 38,456 milhões de toneladas, com média de36,687 milhões.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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