Soja: Mercado fecha estável em Chicago, mas supera os R$ 74 no porto de Rio Grande

Publicado em 30/03/2015 18:05

O primeiro pregão desta semana foi de volatilidade para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. Com um mercado típico às vésperas da divulgação de novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os preços chegaram a registrar altas de até 11 pontos ao longo da sessão desta segunda-feira (30), no entanto, encerraram o dia com pequenos ganhos que variaram de 0,50 a 1,25 pontos. 

No Brasil, o mercado parece ter acompanhado a volatilidade do dólar e fechou o dia com oscilações em quase todas as praças de comercialização no interior do país e nos portos, porém, sem uma direção bem definida. 

Em Paranaguá, o preço da soja para abril/15 encerrou o dia com R$ 71,50 e baixa de 2,72%, enquanto isso, em Rio Grande, o produto com entrega maio/15 terminou os negócios com alta de 1,90%  e R$ 74,90. A soja disponível, no terminal gaúcho, ficou em R$ 72,00 e a da safra nova, no Porto de Santos, valendo R$ 72,50. No interior, alta de 1,67% para as praças de Ubiratã e Londrina, no Paraná, para R$ 61,00; ganho de 1,82% para R$ 56,00 e em Jataí/GO, de 0,40% para R$ 62,00. 

Dólar - Nesta segunda-feira, o dólar registrou uma sessão de volatilidade, chegou a subir mais de 1,5% nos primeiros negócios, porém, encerrou o dia com leve baixa de 0,3% em R$ 3,2317 depois, segundo analistas, de o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidente Dilma Rousseff adotarem discursos semelhantes. 

O mercado vinha trabalhando com rumores de que o dirigente da principal pasta da área econômica e Dilma estavam protagonizando novos atritos, colocando em xeque, até mesmo, a aprovação do pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo federal. 

"A fala dele (Levy) e a própria presidente vindo a público acalmaram o mercado", disse o economista-chefe do banco BESI Brasil, Jankiel Santos à agência Reuters. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, o mercado ainda observa os investidores atuando com o objetivo de estarem bem poscionados antes dos números que serão divulgados nesta terça-feira, 31 de março, pelo USDA em dois importantes boletins: o de estoques trimestrais - com a posição dos volumes em 1º de março - e o que traz as primeiras projeções oficiais de área de plantio para a safra 2015/16.

A expectativa é dos traders e analistas de mercado indiquem um aumento de área para a soja na safra 2015/16, apesar de, no Annual Outlook Forum realizado pelo USDA no início do ano, a indicação do órgão foi de que poderia ser registrada uma redução no espaço dedicado à oleaginosa nesta próxima temporada.

Expectativas variam entre uma área de 34,77 milhões de hectares até intervalos entre 35,21 milhões e 35,61 milhões de hectares cultivados com a oleaginosa. Porém, no fórum do USDA no início de 2015, a projeção do departamento foi de uma redução com a área de soja de 33,87 milhões de hectares da safra 2014/15 para 33,79 milhões. 

Para o consultor de mercado Flávio França Jr., da Fraça Jr. Consultoria, esse é um relatório que realmente mexe com o humor do mercado, no entanto, não é definitivo, já que os primeiros boletins de acompanhamento de safras efetivos serão reportados somente em agosto. "No entanto, eles se tornam importantes ao trazerem um norte, ao mostrar um planejamento dos produtores norte-americanos", diz. E as cotações do milho, como explica o consultor, têm ganhado força com essas expectativas de redução da área. 

O USDA, nesta terça, traz um outro reporte que é o de estoques trimestrais,  porém, para este boletim não há tantas expectativas. Ainda segundo França, "não há grandes surpresas previstas no radar para esse boletim. Os volumes devem vir acima do registrado nesse mesmo período do ano passado e o que se espera agora são os ajustes que serão apresentados, mas não há nada de mais sendo esperado". 

Veja como fecharam as cotações nesta segunda-feira:

>> MERCADO DA SOJA

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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