Soja: Em Chicago, mercado registra mais um pregão de estabilidade nesta 3ª feira

Publicado em 17/03/2015 07:52

Nesta terça-feira (17), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago registravam mais um pregão de estabilidade. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa recuavam pouco mais de 2 pontos, com preços operando entre os US$ 9,60 e US$ 9,70 por bushel. 

O mercado, segundo analistas, precisa de novidades para tomar um melhor direcionamento e aguarda, principalmente, as projeções oficiais para a nova safra 2015/16 dos EUA que serão conhecidas no final deste mês. 

No Brasil, as cotações da soja nos portos ainda acima dos R$ 70,00 por saca, uma vez que, apesar da recente baixa, o dólar ainda se mostra forte frente ao real, superando a casa dos R$ 3,20. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja fecha com leve baixa em Chicago, mas mantém preços acima de R$ 70 nos portos

Nesta segunda-feira (16), os futuros da soja caminharam de lado durante toda a sessão e fecharam os negócios com ligeiras baixas na Bolsa de Chicago. As posições mais negocidas, dessa forma, terminaram o dia com baixas de pouco mais de 4 pontos e o contrato maio/15 valendo US$ 9,69 por bushel. 

No Brasil, mesmo com o recuo do dólar, os preços nos portos  ainda sustentam patamares importantes e que chamam a atenção dos produtores brasileiros, apesar de ligeiras quedas registradas nesta segunda-feira. Em Paranaguá, o dia terminou com o valor em R$ 71,50 por saca - entrega abril/15 - e queda de 0,69%; em Rio Grande - entrega maio/15 - o preço fechou em R$ 73,50, estável, bem como aconteceu em Santos, onde o valor ficou em R$ 72,00/saca. 

No interior do país, os preços não apresentaram uma direção comum. Em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, a cotação subiu 1,61% para R$ 63,00 por saca, enquanto em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, foi registrada uma baixa de 1,75% para R$ 56,00. 

O mercado, segundo explicam analistas, trabalha com fundamentos já conhecidos e, para apresentar oscilações mais fortes e expressivas, precisa de novidades. Além disso, a cena no mercado financeiro é menos tensa neste início de semana e o dólar se mostra um pouco mais fraco, o que também atua como fator de estímulo às cotações no quadro internacional. 

"Os mercados financeiros respiram mais tranquilos nesta segunda-feira e um dólar mais fraco sinaliza a disposição dos investidores de assumir mais riscos. No entanto, essa disposição poderia ficar um pouco mais limitada com a reunião semanal do Federal Reserve (Fed) - o banco central norte-americano - e uma cenário político ainda preocupado e mais nervoso", explicou o analista de mercado e editor do site norte-americano Farm Futures, Bryce Knorr. 

O dólar fechou em queda nesta segunda-feira em um movimento de realização de lucros após a disparada da última sexta (13), quando a divisa bateu no maior valor em quase 12 anos. Segundo especialistas, a cena política ainda preocupa os investidores, porém, não há nenhuma nova e significativa notícia ou mudança no front, o que motiva essa tomada de lucros. 

"Os gigantescos protestos de domingo ocupavam o centro das atenções, mas analistas não sabiam como avaliar o impacto para a situação política e econômica do Brasil", informa a agência de notícias Reuters.

Ainda segundo analistas, essa pausa na venda de ativos é de curto prazo, justamente pela falta de sinais de que as "tensões locais" passaram por alguma alteração nos próximos dias ou semanas. Além disso, serão divulgados novos rumos para a política monetária norte-americana na quarta-feira (18) com o novo encontro das autoridades do Fed. 

A moeda norte-americana terminou o dia cotada a R$ 3,2445, com baixa de 0,14%. "As consequências (das manifestações do último domingo) ainda são incertas, mas o ímpeto político continua sendo uma importante preocupação no Brasil, com a aprovação da presidente na mínima histórica e um quadro econômico duro, além das investigações em torno da Petrobras", escreveram analistas do JPMorgan em nota a clientes.

Os números do NOPA (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA) também não trouxeram muitas novidades e tiveram pouco impacto sobre o andamento das cotações. Enquanto a expectativa do mercado era de 4,03 milhões de toneladas, o número divulgado veio em 4 milhões de toneladas de soja processadas em fevereiro no país.

O mercado recebeu ainda os números dos embarques semanais norte-americanos divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e o total ficou dentro das expectativas dos traders. 

Os embarques semanais de soja norte-americanos somaram 583,94 milhões de toneladas e ficaram dentro das expectativas do mercado, que variavam de 440 mil a 600 mil toneladas. Na semana anterior, os EUA embarcaram 625,71 mil toneladas. No acumulado do ano, os embarques da oleaginosa já totalizam 43.132,27 milhões de toneladas, contra 38.923,29 milhões do mesmo período da temporada anterior. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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