Soja: Alta do dólar e investidores na defensiva limitam avanço dos preços nesta 6ª na CBOT

Publicado em 06/03/2015 12:53

O último pregão da semana é negativo para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago. O mercado vinha trabalhando, por volta de 12h40 (horário de Brasília), com pequenas baixas de 2 a 4 pontos, e o contrato maio/15, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,81 por bushel. 

Nesta sexta-feira (6), o dólar registrava mais uma dia de boa altas frente às moedas emergentes - com uma valorização de mais de 1,5% frente ao real e cotado a R$ 3,06 (12h45 - Brasília) -, e ainda se mostrava como um fator de pressão e limitação para o avanço das cotações na CBOT. Com a moeda forte e valorizada, os preços negociados nas bolsas norte-americanas acabam por se tornar menos competitivos e estimular a demanda em outros fornecedores, como, no caso da soja, os exportadores da América do Sul. 

Ao mesmo tempo, os investidores já buscam um bom posicionamento - e por isso, segundo analistas e consultores, já operam mais na defensiva - antes da divulgação de novos números que serão reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nos próximos dias. 

No dia 10, sai o boletim mensal de oferta e demanda, o qual, segundo analistas, poderia trazer uma redução dos estoques americanos, um aumento das exportações dos EUA e revisões nos dados das safras da América do Sul. Já no final do mês, serão reportadas as primeiras projeções oficiais para a safra 2015/16 dos EUA e isso também deve trazer um direcionamento às cotações. Indicações do USDA apontam para uma menor área de plantio de soja na nova safra, entretanto, os analistas n]ao têm apostado nessa confirmação. 

Do lado da oferta, o mercado espera pela conclusão da irregular, principalmente no Brasil, safra da América do Sul. 

O adido do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no Brasil estimou a safra brasileira de soja 2014/15 em 93 milhões de toneladas. A última estimativa oficial da matriz do departamento, no entanto, é de 94,5 milhões de toneladas. Os números serão atualizados no novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA no próximo dia 10. 

O número do adido fica em linha com algumas projeções divulgadas nessa semana, como a de 93,5 milhões de toneladas da França Junior Consultoria; 93,1 milhões da FCStone e 92,5 milhões da Informa Economics. O maior número veio de Agroconsult, que estimou 94,7 milhões de toneladas, e o menor ficou com a Céleres Consultoria, que projetou a colheita do país em 91 milhões de toneladas. 

Leia mais sobre o andamento da safra brasileira:

>> Adido do USDA no Brasil estima safra de soja do país em 93 milhões de toneladas

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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