Clima irregular deve prejudicar produtividade de soja em Minas Gerais e Goiás, diz INTL FCStone

Publicado em 27/02/2015 11:57
Análise da consultoria INTL FCStone aponta situação mais agravante no sul goiano, onde o volume de precipitações ficou em apenas 58% do normal em janeiro

A irregularidade climática constatada durante o ciclo de desenvolvimento da soja pesou sobre os estados de Minas Gerais e Goiás. O estudo especial ‘Giro da Safra III – Goiás e Minas Gerais’, divulgado pela consultoria INTL FCStone, apontou que o clima mais seco impactou ambos estados no mês de janeiro, quando a maior parte das lavouras está em fase crítica de enchimento de grãos. ‘Os dados mostram que a média de precipitação acumulada do mês de janeiro deste ano em Goiás ficou muito abaixo do valor histórico para o período, que é de 189 mm. Isso significa que o volume de chuvas foi menor do que 50% do normal. Quanto à temperatura, o estado registrou entre 3 e 4 graus acima da média neste mesmo período’, afirmou a consultoria em relatório.

As temperaturas muito altas foram um agravante e acabaram prejudicando até mesmo as áreas irrigadas, próximas a Paracatu, no Noroeste de Minas. As áreas de soja mais atingidas por perdas – em função da seca em janeiro e também por ataques de lagartas – são as lavouras de oleaginosa precoce. Entende-se que as variedades mais tardias conseguem se desenvolver melhor por conta das precipitações de fevereiro.

A região mais agravante destacada pela consultoria foi o sul goiano, onde o volume de precipitações ficou em apenas 58% do normal em janeiro, situação que reduz significativamente o potencial de produtividade. Em sua última revisão a INTL FCStone estimou número abaixo de 9 milhões de toneladas para a safra 2014/15 em Goiás, com produtividade de 45,8 sacas /ha.

Entretanto, em análise climática somada às classificações de risco criadas pela consultoria INTL FCStone a respeito da produtividade de cada microrregião, a variação sobre o rendimento da oleaginosa em ambos estados ocorreu em menor proporção. ‘Isso indica que mesmo em anos com clima irregular, a produtividade deve variar em menor escala do que em outros estados. Por exemplo, enquanto a produtividade mínima dos últimos 15 anos em Goiás foi 37 sacas/ha, no Rio Grande do Sul esse valor chegou a 12 sacas/ha’, afirmou a consultoria.

‘Giro da Safra III – Goiás e Minas Gerais’ é o terceiro relatório de uma série de estudos especiais que combinam dados climáticos do mês de janeiro de 2015 às classificações de risco criadas pela INTL FCStone a respeito da produtividade de cada microrregião, além dos relatos de campo realizados na Expedição Safra, projeto do Agronegócio Gazeta do Povo. Os estudos anteriores avaliaram o Mato Grosso, Rondônia, Paraná e Mato Grosso do Sul.

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Fonte: INTL FCStone

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