Soja realiza lucros em Chicago e fecha em baixa; no Brasil, preços mantêm estabilidade

Publicado em 18/02/2015 16:37

Na sessão desta quarta-feira (18), os futuros da soja fecharam o dia em campo negativo, registrando baixas de dois dígitos nos principais vencimentos. O mercado passou por uma intensa realização de lucros depois de, no pregão anterior, subir mais de 16 pontos nos principais vencimentos e superar os US$ 10,00 por bushel. Assim, o contrato março/15 terminou o dia valendo US$ 9,96, com 11,25 pontos de queda, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, ficou cotado em US$ 10,00, perdendo 11,75 pontos. As perdas ao longo dos negócios, entretanto, foi de mais de 15 pontos. 

Segundo explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o mercado se comportou de forma bastante técnica, devolvendo parte dos ganhos registrados na sessão anterior. "O mercado subiu bem e quebrou algumas barreiras, como a dos US$ 10 por bushel, e por isso, caoiu hoje, vindo em busca de lucros. Mas isso não é uma não é uma tendência de baixa, o mercado está muito técnico", diz.

Assim sendo, o consultor acredita, portanto, que o mercado continua mantendo seu potencial de voltar aos US$ 10,00 por bushel e se consolidar nesses patamares, fundamentado, principalmente, pela força e pelo crescimento da demanda. Para Brandalizze, as exportações norte-americanas de soja da safra 2014/15 devem ultrapassar largamente a última projeção do USDA  (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 48,7 milhões de toneladas, uma vez que o volume acumulado de soja já vendida no ano comercial já passa de 46 milhões de toneladas e os embarques já somam 40,2 milhões de toneladas. 

"As exportações americanas devem passar de 50 milhões de toneladas e há interesse dos produtores e dos corretores dos EUA em vender a soja, aumentar as exportações e baixar os estoques, e isso seria positivo para o mercado", acredita o consultor. "Espera-se um plantio maior na safra 2015/16 e isso poderia pesar um pouco sobre os negócios", completa. 

Os embarques de soja dos Estados Unidos, na semana que terminou em 12 de fevereiro, ficaram em 1.335,647 milhão de toneladas, contra 1.486,323 milhão de toneladas na semana anterior, segundo informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu reporte semanal. As expectativas do mercado variavam 1,22 milhão a 1,44 milhão de toneladas. Com isso, o acumulado no ano já soma 40.291,040 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período do ano anterior, o total era de 34.585,696 milhões. 

Além disso, o esmagamento de soja nos Estados Unidos, em janeiro, totalizou 4,43 milhões de toneladas, contra expectativas de 4,42722 milihões, de acordo com números da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas dos EUA (Nopa) em seu relatório mensal. Em dezembro, os EUA esmagaram 4,5 milhões de toneladas em janeiro. 

Mercado Interno

Nesta quarta-feira, no mercado brasileiro, os preços se mantiveram bem próximos da estabilidade, uma vez que, apesar da ligeira alta do dólar, os preços cederam em Chicago e limitaram as altas por aqui. No porto de Rio Grande, a soja com entrega em maio/15 terminou o dia com R$ 66,50, subindo 0,45% em relação à última sexta-feira (13), enquanto o produto disponível manteve os R$ 64,00 por saca. 

O dólar terminou a sessão com alta de 0,38%  frente ao real, valendo R$ 2,8422, mantendo-se perto das máximas de 10 anos. No cenário exterior, o foco se mantém na delicada situação delicada e de indefinição na Grécia. Por outro lado, no Brasil, a falta de credibilidade no governo federal e nas medidas que vêm sendo propostas pela nova equipe econômica reforçam, ainda segundo analistas, a tendência de que a moeda americana mantém força para continuar subindo e buscar os R$ 2,90. 

Para Vlamir Brandalizze, é essa análise sobre o andamento da divisa americana que deve seguir direcionando o andamento da cotação aqui no Brasil e também a tomada de decisão sobre a comercialização de soja de sua safra 2014/15. Apesar de ter havido um melhor fluxo de negócios, o sojicultor tende a seguir escalonando suas vendas. 

"O produtor analisa o dólar, acredita que pode vender melhor com a alta da moeda e espera. Ele acredita mais na sua moeda soja do que no real. Além disso, o produtor vai evitar vender toda a soja nesse momento já que há uma pressão dos fretes e ainda muitas incertezas sobre a safrinha de milho", explica. "Há muito interesse de compra e muito interesse de venda", diz Brandalizze. 

Veja como ficaram as cotações da soja nesta quarta-feira:

>> MERCADO DA SOJA

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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