Soja tem pouca movimentação nesta manhã de 2ª à espera dos novos números do USDA

Publicado em 12/01/2015 06:44

Nesta segunda-feira (12), o mercado internacional da soja segue operando de lado às espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que serão divulgados hoje. Com oscilações mantendo a estabilidade, por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos registravam ligeiros ganhos, que variavam de 0,25 a 0,75 ponto, com exceção do contrato janeiro/15, que perdia 1,50 ponto e era negociado a US$ 10,50. 

Além dos dados sobre oferta e demanda que chegam nesta segunda, o departamento traz ainda seu novo relatório semanal de embarques de grãos e os números podem mexer com o direcionamento dos preços antes do boletim mais importante do dia. 

Expectativas para o USDA

Os números dos estoques finais a serem reportados pelo USDA refletem a condição dos mesmos nos Estados Unidos em 31 de agosto e, tanto para a soja quanto para o milho, poderiam ser revisados para baixo de acordo com as expectativas médias dos traders. 

Para a soja, os estoques estão sendo esperados na casa das 10,9 milhões de toneladas. No boletim de dezembro, esse número veio em 11,16 milhões. Sobre os estoques finais mundiais, as expectativas apontam para mudanças mais amenas para a soja e para o milho. No caso da oleaginosa, os números devem passar, de acordo com as projeções dos traders, de 89,87 para 90,2 milhões de toneladas. Os traders apostam ainda que a safra norte-americana de soja na temporada 2014/15 seja estimada em 107,9 milhões de toneladas, contra as 107,73 milhões reportadas no boletim anterior. 

Para os estoques trimestrais de soja dos EUA em 1º de dezembro, número que também será divulgado na próxima segunda, a expectativa é de 70,9 milhões. No último relatório desse tipo de 2014, divulgado em 30 de setembro e que reportou a situação em 1º de setembro, os volumes vieram em 2,5 milhões. 

Veja como fechou o mercado na última segunda-feira: 

Soja: no Brasil, semana de poucos negócios e dólar fraco faz cotações recuarem

Os preços da soja praticados no Brasil fecharam a semana com um saldo negativo, segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto aos sindicatos rurais e cooperativas. Em quase todas as praças pesquisadas, as cotações perderam entre 0,84 a 1,82%. Nos portos, os preços também recuaram. 

No Paraná, em Ubiratã, Londrina e Cascavel, os preços recuaram 0,84% para R$ 59,00 e em Tangará da Serra, em Mato Grosso, a cotação caiu 1,82% na semana para fechar em R$ 54,00. No porto de Paranaguá, a baixa, na semana, foi de 0,78% para a soja com entrega em maio, cotada a R$ 64,00 por saca; já em Rio Grande, o preço caiu 0,76% para R$ 65,00. O produto disponível registrou uma baixa ainda mais expressiva - de 2,94% - e ficou em R$ 66,00, enquanto na máxima da semana chegou aos R$ 68,50. 

Um dos principais fatores de pressão sobre as cotações da soja no mercado doméstico foi, segundo explicam analistas, o recuo do dólar que se agravou nesta sexta-feira (9). A moeda norte-americana terminou a sessão perdendo 1,25%, valendo R$ 2,6390, deixando para trás o patamar dos R$ 2,70 e o número dos R$ 2,72 conseguido ao longo dos últimos dias. Na semana, a divisa caiu 1,99%. 

O dólar perdeu valor frente ao real e à demais moedas frente aos dados que chegaram nesta sexta sobre a economia norte-americana. Embora a criação de vagas de emprego tenha sido expressiva e ficado acima das expectativas, a evolução dos salários no país ficou aquém do esperado e ofuscou o dado positivo. 

"No geral, isso indica orçamentos familiares ainda apertados, o que sinaliza que a inflação ainda deve permanecer bastante contida. E a expectativa de inflação fraca reforça leituras de que o Federal Reserve não terá pressa para elevar os juros, sob risco de ameaçar a recuperação econômica", explicou uma notícia do Valor Econômico. 

Negócios

Apesar disso, ao longo da semana, principalmente em dias em que o dólar ainda mantinha os R$ 2,70, os preços da soja registraram bons momentos no mercado brasileiro. Há pouco produto disponível da safra velha e a demanda, especialmente por parte do setor de rações, já deu início aos seus trabalhos de 2015 e voltou às compras, explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze. 

"Houve muito interesse de compra, principalmente no interior do país, mas quase nenhum interesse de venda", disse o consultor da Brandalizze Consulting. Assim, alguns poucos negócios foram registrados em regiões localizadas, com a busca de matéria-prima para a produção de farelo e biodiesel. Em Passo Fundo, interior do Rio Grande do Sul, por exemplo, foram efetivados negócios a R$ 68,50 por saca. No interior paranaense, há regiões com indicativos entre R$ 63,50 e R$ 65,50. Nos portos porém, as ofertas de venda começam nos R$ 70,00, relata Brandalizze, e os produtores, portanto, não tem participado muito desse mercado, tampouco efetivado negócios com a soja que começa a ser colhida em algumas poucas áreas. 

De acordo com um relatório divulgado pela consultoria AgRural nesta sexta, as vendas da safra 2014/15 de soja do Brasil estão em 31%, número ainda abaixo do registrado no mesmo período da temporada 2013/14. 

Segundo o 4º Levantamento da Safra de Grãos  divulgada pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) também nesta sexta-feira, o Brasil deverá colher uma safra de 95,9 milhões de toneladas de soja e "apesar do atraso do início das chuvas, o que afetou o começo do plantio, a lavoura está apresentando bom desenvolvimento". Entretanto, esses levantamento refere-se à um período de avaliação em que as condições climáticas ainda não se mostravam tão preocupantes como acontece nesse momento. 

"No leste de Mato Grosso, Goiás, parte de Mato Grosso do Sul, Piauí, Bahia e Tocantins há locais onde as temperaturas estão muito elevadas e a pluviometria é baixa, há regiões onde não chove há 15, 18 dias. E os mapas de chuvas também são ruins. Não conseguimos enxergar chuvas abrangentes até o próximo dia 20, e o mercado está tentando capturar essa seca", relatou o consultor de mercado Ênio Fernandes. 

Com isso, para o consultor o mercado estará, portanto, muito atento à forma como se comporta o clima no Centro-Sul do Brasil nos próximos 20 a 25 dias, e uma quebra de algo entre 4 ou 5 milhões de toneladas poderia motivar uma movimentação mais forte das cotações, acredita o consultor.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja fecharam a sessão desta sexta-feira com ligeiros ganhos. Sem novidades e às vésperas da divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)na segunda-feira (12), o mercado trabalhou de lado e com movimentações pouco expressivas durante todo o dia. 

Entretanto, parte dessas altas, que levaram os primeiros vencimentos de volta ao patamar dos US$ 10,50 por bushel, foram motivadas por um clima adverso em algumas regiões no Brasil. Em alguns estados como Goiás e Bahia, por exemplo, não chove com regularidade e a produtividade da safra pode ser comprometida. 

Expectativas para o USDA

Os números dos estoques finais a serem reportados pelo USDA refletem a condição dos mesmos nos Estados Unidos em 31 de agosto e, tanto para a soja quanto para o milho, poderiam ser revisados para baixo de acordo com as expectativas médias dos traders. 

Para a soja, os estoques estão sendo esperados na casa das 10,9 milhões de toneladas. No boletim de dezembro, esse número veio em 11,16 milhões. Sobre os estoques finais mundiais, as expectativas apontam para mudanças mais amenas para a soja e para o milho. No caso da oleaginosa, os números devem passar, de acordo com as projeções dos traders, de 89,87 para 90,2 milhões de toneladas. Os traders apostam ainda que a safra norte-americana de soja na temporada 2014/15 seja estimada em 107,9 milhões de toneladas, contra as 107,73 milhões reportadas no boletim anterior. 

Para os estoques trimestrais de soja dos EUA em 1º de dezembro, número que também será divulgado na próxima segunda, a expectativa é de 70,9 milhões. No último relatório desse tipo de 2014, divulgado em 30 de setembro e que reportou a situação em 1º de setembro, os volumes vieram em 2,5 milhões. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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