À espera do USDA, soja tem sessão de pouca movimentação e opera em campo negativo

Publicado em 08/01/2015 12:26

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam em campo negativo na tarde desta quinta-feira (8), após um início de sessão de estabilidade e pouca movimentação. Por volta de 16 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam entre 4,50 e 7,75 pontos, com o maio/15, referência para a safra brasileira, era cotado a US$ 10,56 por bushel. Segundo explicam analistas, o mercado trabalha à espera do novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na semana que vem. 

No dia 12 de janeiro, o órgão traz seu reporte mensal e as expectativas de consultorias e especialistas já promove entre os investidores uma tentativa de buscar um melhor posicionamento antes desses números, os quais sempre influenciam, inevitavelmente, com o andamento das cotações no mercado internacional. 

A expectativa do portal americano Farm Futures é de que os EUA colham 104,62 milhões de toneladas, contra a estimativa de 107,73 milhões do relatório do USDA de dezembro e, para os estoques, o esperado é de que haja uma redução de 11,16 para 10,21 milhões de toneladas. 

"O relatório do USDA poderia vir com exportações maiores para os Estados Unidos, isso vai trazer um reflexo de queda nos estoques americanos para menos de 10 milhões de toneladas, essa é a realidade que a gente espera que vá acontecer esse ano, mas pode ser que o USDA não confirme isso já em janeiro", acredita o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Dessa forma, e à espera de uma definição da safra da América do Sul, o mercado, entre as posições mais negociadas, segue operando em um intervalo entre US$ 10,00 e US$ 10,50, sendo esses, respectivamente, seus patamares de suporte e resistência, segudno explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes. Além disso, afirma que o mercado também já começa a observar a decisão dos produtores americanos sobre a área para a safra 2015/16. 

Brasil - O cenário climático no Brasil mudou nas últimas semanas e, ainda de acordo com o analista, está no foco do mercado e poderia ser um outro forte fator de influência para as cotações daqui para frente. 

"No leste de Mato Grosso, Goiás, parte de Mato Grosso do Sul, Piauí, Bahia e Tocantins há locais onde as temperaturas estão muito elevadas e a pluviometria é baixa, há regiões onde não chove há 15, 18 dias. E os mapas de chuvas também são ruins. Não conseguimos enxergar chuvas abrangentes até o próximo dia 20, e o mercado está tentando capturar essa seca", diz Fernandes. 

Com isso, para o consultor o mercado estará, portanto, muito atento à forma como se comporta o clima no Centro-Sul do Brasil nos próximos 20 a 25 dias, e uma quebra de algo entre 4 ou 5 milhões de toneladas poderia motivar uma movimentação mais forte das cotações. 

"Outra notícia (que poderia dar um rumo mais bem definido ao mercado) seria sobre a continuidade da colheita aqui no Brasil mostrando produtividades abaixo do normal. Se avançaramos na colheita e essa condição de produtividade baixa não mudar muito, aí sim o mercado vai começar a olhar para a safra brasileira com números menores e aí sim, esse poderia ser o fator que poderia alavancar um pouco mais as cotações para andar mais perto dos US$ 11,00 e até quebrar esse patamar. Mas até que isso se confirme ainda demora um pouco", afirma Brandalizze. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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