Soja recua em Chicago à espera de números maiores vindos do USDA
Apesar das condições de clima adverso que vêm sendo registradas nos Estados Unidos em pleno andamento da colheita da nova safra, o mercado internacional da soja ainda é pressionado pelas expectativas de uma grande safra no país e, com isso, os futuros da oleaginosa voltaram a recuar expressivamente na sessão regular desta quarta-feira (8).
Por volta de 12h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos perdiam mais de 11 pontos na Bolsa de Chicago. Assim, o contrato novembro/14, referência para a safra norte-americana, era cotado a US$ 9,29 por bushel, enquanto o maio/15, referência para a safra brasileira, valia US$ 9,55.
Segundo o analista sênior do site norte-americano DTN The Progressive Farmer, Darin Newson, o mercado voltou a recuar frente a um movimento significativo de vendas. A possibilidade de que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumente suas estimativas para a soja da nova temporada norte-americana acaba encorajando movimentos como estes.
A média das projeções apontam para uma safra da oleaginosa na casa das 108,20 milhões de toneladas, um aumento de 1,68% frente à última estimativa do USDA de 106,41 milhões de toneladas reportada no boletim de setembro. Para a produtividade, o mercado aposta em algo perto de 53,35 sacas por hectare, contra as 52,85 sacas do relatório anterior.
Para os estoques finais norte-americanos de soja, a expectativa é de que o número alcance os 13 milhões de toneladas, frente às 12,93 milhões estimadas em outubro. Se confirmado, o aumento seria de 0,54%.
Frente a essas informações e, ao mesmo tempo, recebendo informações de clima desfavorável à colheita norte-americana e também ao avanço do plantio no Brasil, o mercado busca trabalhar mais na defensiva à espera desse novo boletim e de informações mais consistentes, segundo explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze.
O Meio-Oeste norte-americano vem recebendo chuvas excessivas nos últimos dias e as previsões para as próximas semanas indicam que esse quadro deve permanecer atrasando os trabalhos de campo nos EUA. A colheita, até o último domingo (5), estava concluída em 20% da área, enquanto a média dos últimos cinco anos para esse mesmo período é de 35%.
Ainda assim, os reportes de rendimento que vem sendo divulgados pelos principais estados produtores norte-americanos mostram números bastante elevados e em crescimento. "O rendimento da soja e do milho está sim prevendo um crescimento e isso poderia limitar as altas na Bolsa de Chicago", diz o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora.