Soja reverte parte das perdas e opera em alta nesta 4ª na CBOT
Na manhã desta quarta-feira (18), o mercado da soja reverte parte das perdas registradas ontem e opera com leves altas na Bolsa de Chicago durante o pregão eletrônico. Acompanhando esse movimento, as cotações do óleo e do farelo de soja também operam em campo positivo na CBOT, bem como o milho, que recuou na terça-feira também.
Assim, por volta das 7h35 (horário de Brasília), os ganhos dos principais vencimentos variavam entre 2,25 e 8,25 pontos, com o contrato julho voltando para a casa dos US$ 14 por bushel. O avanço dos preços reflete uma recuperação técnica do mercado, já que, principalmente as posições de mais curto prazo, contam com o suporte dado pelos fundamentos.
A demanda pela soja norte-americana ainda é muito forte e a escassez já é conhecida dos compradores e investidores. Por outro lado, o que também impede que as cotações registrem altas mais expressivas são as boas expectativas para a nova safra dos Estados Unidos. Com o plantio quase concluído para a soja e já finalizado para o milho, as lavouras norte-americanas contam com um excelente quadro climático composto por temperaturas adequadas e chuvas regulares, bem distribuídas e dentro da média.
No entanto, analistas continum alertando para a necessidade de se acompanhar constantemente o comportamento do clima nos Estados Unidos uma vez que com a chegada dos próximos meses e das novas fases de desenvolvimento das plantações serão as condições climáticas que ditarão boa parte do rumo dos negócios em Chicago. Assim, eles acreditam em intenso nervosismo e volatilidade entre os futuros da oleaginosa.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja recua em Chicago, mas prêmios no Brasil compensam baixas
Os futuros da soja fecharam o pregão regular desta terça-feira (17) com forte baixa na Bolsa de Chicago. Os vencimentos mais negociados recuaram entre 3,25 e 23,50 pontos e o vencimento julho encerrou os negócios abaixo dos US$ 14 por bushel, valendo US$ 13,98.
As perdas mais acentuadas no curto prazo são estimuladas, principalmente, por uma liquidação de posições por parte dos fundos de investimentos, nos chamados movimentos técnicos. E, de acordo com analistas, os investidores, ao se desfazerem de suas posições nos contratos mais próximos, compram os contratos mais distantes e amenizam o recuo no longo prazo.
Porém, um cenário climático nos Estados Unidos que se aproxima da perfeição, também segundo analistas, complementa o quadro de pressão para os preços. "Já que o relatório do USDA não veio altista, o mercado decidiu por liquidar as posições e esse movimento vem sendo confirmado", explicou Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest. Em seu último boletim de acomapanhamento de safras, o departamento norte-americano apontou que o plantio da soja já está concluído em 92% da área e 73% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, o que acaba sendo mais um fator negativo para as cotações.
A previsão do tempo para os próximos dias também são favoráveis. São esperadas temperaturas mais amenas e chuvas dentro da normalidade, o que deve estimular ainda mais a boa evolução das lavouras norte-americanas. A última estimativa do USDA é de que os EUA colham mais de 98 milhões de toneladas de soja na safra 2014/15.
O comportamento do clima, nos Estados Unidos, deve manter e intensificar a volatilidade para o mercado nos próximos meses. As lavouras norte-americanas e sua evolução devem ser acompanhadas ainda mais de perto quando entrarem na fase de florada e enchimento de grãos.
Como explicou Flávio França, consultor em agronegócio, "especialmente em em junho, julho e agosto, temos um tempo para ter uma definição da safra norte-americana. E ainda podemos ter bolhas especulativas de natureza climática nos próximos dois meses”.
Prêmios no Brasil compensam perdas
Essas perdas na CBOT, entretanto, estão sendo compensadas pelos compradores e os prêmios para o vencimento agosto, por exemplo, estão positivos em 60 centavos de dólar sobre o preço praticado em Chicago. Dessa forma, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, a demanda tenta estimular o interesse dos vendedores em fechar negócio.
Entretanto, o ritmo de comercialização nessa semana está bastante lento e deve se manter assim, uma vez que hoje, em função do jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, é feriado bancário depois do meio-dia e amanhã é véspera de feriado prolongado de Corpus Christi no país.
"O mercado está parado e as equipes dos portos não acreditam que sairão novos negócios nos próximos dias", explica Brandalizze. Assim, as cotações no Brasil seguem estáveis e sem registrar um recuo expressivo frente à essa forte baixa na CBOT. Além disso, a disponibilidade de oferta no país também é apertada e os produtores que ainda têm produto da safra 2013/14 têm evitado consolidar novas vendas.