Soja: Oil World prevê redução de até 5 mi de t na safra da América do Sul
Previsões anteriores de uma safra de 158,8 milhões de toneladas poderão ter uma redução de até 5 milhões /t.
A produção de soja na América do Sul deve ter uma redução significativa em relação às primeiras estimativas, devido aos danos causados pelo clima quente e seco no Brasil e na Argentina, informou hoje a consultoria Oil World.
A produção no continente poderá ficar entre 3 e 5 milhões de toneladas abaixo das previsões feita por analistas há quatro semanas, segundo a consultoria baseada em Hamburgo. Porém, uma nova estimativa de produção ainda não foi publicada.
Em um relatório divulgado no dia 28 de janeiro, a Oil World informou que a safra de soja dos cinco principais países produtores da América do Sul ficaria em 158,8 milhões de toneladas, ou seja, 9,6% maior que a anterior.
Já em seu ultimo relatório, a consultoria informou que “o clima extremamente seco e quente resultou em danos irreversíveis para as lavouras em diversas partes do Brasil e do Paraguai... Na Argentina, algumas regiões registraram clima muito seco nas últimas quatro a seis semanas, mas agora o clima está muito úmido e chuvoso em diversas áreas do cinturão de grãos, criando alagamentos locais e colocando em risco a soja e outras culturas”.
As cotações futuras da soja na Bolsa de Chicago subiram 3,8% na semana passada, registrando o maior ganho desde agosto, devido às preocupações com a produção Sul-americana. No ano passado, a oleaginosa caiu 8,3% devido à previsão de uma safra recorde.
As lavouras do Brasil, maior exportador de soja, estão passando por calor excessivo principalmente nos estados de Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná. Já nos estados de Santa Catarina, São Paulo e Bahia, o problema é a falta de chuvas.
Só no país, a redução da safra de soja deve ser de 2 a 3 milhões de toneladas em relação às previsões feitas por analistas há quatro semanas. No mês passado, as previsões indicavam uma safra recorde de 89,5 milhões de toneladas.
Safra Argentina
A safra da Argentina, segundo maior produtor da América do Sul, deve ficar entre 53 e 54 milhões de tonelada – as estimativas anteriores apontavam para 54 a 55 milhões de toneladas, segundo o relatório
A Oil World também informou que reduziu sua previsão de safra do Paraguai para 9 milhões de toneladas. O relatório divulgado em 28 de janeiro apontava para 9,3 milhões de toneladas.
Exportações
As exportações de soja da América do Sul ficaram “comparativamente pequenas” em janeiro, em 551 mil toneladas. Os embarques devem acelerar este mês, segundo a Oil World.
Em fevereiro, o Brasil deve exportar 2,7 milhões de toneladas. No mesmo período do ano passado, foram exportadas 1 milhão de toneladas. Analistas estão observando se os problemas de infraestrutura no país poderão atrasar os embarques.
Na Argentina, os produtores estão segurando sua soja como uma proteção contra a desvalorização da moeda. Até agora, venderam apenas 3,1 milhões de toneladas de sua safra, o que representa o menor volume de vendas para o período nos últimos 10 anos. Os produtores argentinos ainda não venderam um volume de 8 milhões de toneladas da safra anterior, segundo a consultoria.
“A falta de pressão de vendas da Argentina e a redução alarmante dos estoques de soja nos Estados Unidos poderão servir de suporte para os preços globais da soja e do farelo de soja em curto e médio prazo”, informou a Oil World, acrescentando que “prevê uma pressão nos preços quando a oferta começar a exceder a demanda, permitindo que os estoques se recuperem nos países produtores e importadores”.
Informações: Bloomberg
Tradução: Fernanda Bellei