Soja fecha semana no vermelho com boas expectativas para EUA e América do Sul
A soja recuou nesta sexta-feira (1) e encerrou o último pregão da semana com perdas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. Frente ao final de semana e à espera de informações importantes, principalmente sobre a safra dos Estados Unidos, nos próximos dias, a baixa dos preços foi ainda mais acentuada.
Segundo o analista de mercado Carlos Cogo, da Consultoria Agroeconômica, os futuros da oleaginosa foram pressionados pelas expectativas de uma safra maior vinda dos EUA. Nesta sexta, a consultoria Informa Economics aumentou sua estimativa para a produção norte-americana de soja de 86,44 milhões para 89,76 milhões de toneladas.
Além disso, há ainda relatos de que a produtividade em importantes estados produtores dos EUA estaria sendo registrada em índices maiores do que os anteriormente previstos. Essa informação, aliada à evolução da colheita no país também contribuíram para dar o tom negativo ao mercado em Chicago. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seus números de acompanhamento de safra, com as condições das lavouras e o andamento da colheita dos grãos, números que devem também exercer influência no mercado.
Ainda na próxima semana, no dia 8 de novembro, o USDA traz seu novo relatório de oferta e demanda mensal, o qual é aguardado com muita ansiedade pelos investidores. O sentimento do mercado, segundo analistas, é de que os números a serem divulgados fiquem acima das estimativas de setembro, quando foi divulgado o último reporte. Serão conhecidos não só os números de produção, mas também de produtividade, estoques e demanda, que são aguardados após o departamento não ter reportado seu relatório de outubro em função da paralisação do governo norte-americano.
Paralelamente, informações sobre a evolução da nova safra da América do Sul também pesaram sobre as cotações nesta sexta-feira. No Brasil, o plantio, em linhas gerais, caminha bem e as condições climáticas têm sido favoráveis na maior parte dos estados produtores. Já na Argentina, as chuvas fortes que começaram a chegar em importantes regiões de produção agrícola do país também melhoraram as expectativas para o plantio dos grãos.
Porém, os olhos do mercado também estão voltados para a demanda extremamente aquecida que se mantém, principalmente por parte da China, pelos produtos norte-americanos - soja em grão, farelo e óleo. Nesta sexta, o USDA anunciou a venda de 115 mil toneladas de soja para a China e mais 33 mil toneladas de óleo para destinos desconhecidos, confirmando essa intensa procura do mercado internacional. Além disso, ontem o departamento norte-americano informou ainda que as exportações de soja acumuladas nas semanas que terminaram em 10, 17 e 24 de outubro somaram mais de 4,7 milhões de toneladas.
Dessa forma, ainda de acordo com Carlos Cogo, essas informações que confirmam a demanda mundial ainda muito aquecida é o que tem sustentado os preços da soja no mercado de Chicago, ou limitado seu potencial de baixa.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta sexta-feira: