Soja: com correção técnica, mercado volta a recuar em Chicago
Depois de operar próximo da estabilidade e encerrar o pregão eletrônico com ligeiras altas, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago passaram a recuar novamente na sessão regular desta terça-feira (8). Por volta das 13h (Brasília), os vencimentos mais negociados trabalhavam com baixas de dois dígitos.
O mercado passa por uma correção técnica depois do avanço registrado anteriormente, sentindo a pressão sazonal do avanço da colheita nos Estados Unidos. Mesmo sem a referência oficial do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado acredita que cerca de 20 a 22% da área de soja do país já estejam colhidos.
Entretanto, as chuvas que chegam ao Meio-oeste americano seguem prejudicando o ritmo dos trabalhos de campo e o processo, portanto, já está atrasado em relação aos anos anteriores. Segundo informações do site norte-americano Farm Futures, as condições climáticas para a colheita, essa semana, estão voltando a melhorar na maior parte do Meio-Oeste e das Planícies, no entanto, as chuvas devem retornar no final de semana.
Entretanto, essa ampliação das perdas no pregão de hoje, segundo analistas, se dá muito mais por fatores técnicos do que por esse quadro climático mais favorável. "O mercado se comporta de forma técnica e segue o caminho para testar o suporte dos preços, na casa dos US$ 12,40 e US$ 12,50 por bushel. Isso já aconteceu duas vezes observadas nos gráficos e pode acontecer uma terceira vez. Essa queda é técnica, mas a alta também foi um movimento técnico de antes", explica o analista de mercado Mauricio Correa, do SIM Consult.
Para Correa, o patamar de suporte do mercado, ou a mínima, é o valor de US$ 12,50 por bushel, sendo US$ 13,50 um ponto de equilíbrio e US$ 14,50 a máxima. Porém, ratifica que, caso a safra norte-americana sofra mais perdas mais adiante, esse intervalo pode passar a ser de US$ 13,50 a US$ 15,50. "Se isso acontecer, acontecerá após esse período de colheita, que é um período de baixa sazonal. mercado deve voltar a subir quando a colheita passar dos 50%, independente de outros fatores".
Para a Oil World, uma queda nos preços da soja em função da paralisação do governo dos EUA poderiam se tornar exageradas. Afinal, sem a referência do USDA, o mercado também perde as informações reais dos movimentos que vêm sendo efetivados pela China, que é o maior importador mundial de soja atualmente.