EUA tem fim de semana de chuva e soja recua na CBOT nesta 2ª

Publicado em 16/09/2013 07:50 e atualizado em 16/09/2013 08:33

A semana começa com preços em queda para a soja no mercado internacional após as chuvas que chegaram ao Meio-Oeste norte-americano no último final de semana. No pregão eletrônico desta segunda-feira (16), por volta das 7h50 (horário de Brasília), as cotações recuavam mais de 11 pontos nos principais vencimentos. 

Segundo informações do instituto meteorológico World Ag Weather, algumas áreas de estados como Minnesota e Wisconsin receberam cerca de 25 mm de chuvas. Já o MDA Weather Systems prevê que as chuvas devem voltar ao Corn Belt ainda essa semana, com mais intensidade na região norte. 

"As chuvas do final de semana e as previsões para mais precipitações para essa semana pesaram sobre o mercado em Chicago", disse o analista da Commonwealth Bank, Luke Matthews. 

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira (13):

Soja fecha a semana em queda com realização de lucros após USDA

A soja encerrou o último pregão da semana com expressiva baixa na Bolsa de Chicago. Nesta sexta-feira (13), os preços da oleaginosa fecharam a sessão com baixas de dois dígitos, e o vencimento novembro/13, referência para a safra dos EUA e o mais negociado nesse momento, valendo US$ 13,81/bushel, com um recuo de 14,50 pontos. 

O mercado passou por uma intensa realização de lucros depois das expressivas altas registradas na sessão anterior, as quais foram estimuladas pelo altista relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta quinta-feira (12). 

Para o analista de mercado Daniel D'Ávilla, da New Edge, houve um exagero nos fortes ganhos registrados ontem, os fundos entraram no mercado exercendo movimentos bastante expressivos - com a compra de cerca de 15 mil contratos - e, na sessão desta sexta, as cotações passaram por uma correção. "Isso é natural quando o mercado sobe muito e por isso vemos os preços caindo o que caíram", disse. 

Outro fator que pressiona o mercado é a proximidade da colheita da nova safra norte-americana, fator que exerce uma pressão sazonal sobre os negócios em Chicago. "Daqui duas ou três semanas, teremos a entrada efetiva da safra dos Estados Unidos. No ano passado, mesmo com uma quebra, no momento em que entrou a safra tivemos uma pressão em cima do mercado", explica Glauco Monte, analista de mercado da FCStone. 

Ao mesmo tempo, a demanda continua bastante aquecida e dando significativo suporte ao mercado. No boletim desta quinta, o USDA não trouxe alterações nos principais indicadores da demanda, enquanto reduziu suas estimativas para a produção, produtividade e estoques finais da nova safra. A projeção para as importações de soja da China continuam em 69 milhões de toneladas para o ano comercial 2013/14, o que representa 10 milhões de toneladas a mais do que na temporada anterior. 

"Esse é um volume de soja expressivo, a China tem que importar quase 6 milhões de toneladas por mês e dificilmente ela vai deixar de comprar, de entrar no mercado. Ela já vem comprando grandes volumes desde que os preços da soja estavam mais baixos, ela tem formado boas compras semana a semana, já se precavendo de uma situação como esta de agora", explica Monte. 

Clima nos EUA - O clima no Meio-Oeste norte-americano também deverá voltar ao foco do mercado internacional, haja vista que continua a previsão para a falta de chuvas boas o suficiente para reverter os prejuízos causados pela seca. O que existe são algumas precipitações previstas para os próximos 10 dias em alguns estados produtores, no entanto, ainda se trata de chuvas esparsas e pouco volumosas. 

Safra da América do Sul - O mercado conta ainda com expectativas de uma grande safra da América do Sul. Só para o Brasil, espera-se uma produção de 88 milhões de toneladas, e há uma projeção de aumento também para Argentina e Paraguai em relação à colheita do ano anterior. “Se o Brasil produzir cerca de 88 ou 90 milhões de toneladas, haverá muita oferta mais a frente e o mercado tem que encontrar o preço ideal nesse cenário”, afirma D'Ávilla.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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