Grãos: Após forte avanço, mercado realiza lucros nesta 3ª feira

Publicado em 20/08/2013 07:38 e atualizado em 20/08/2013 08:20

Os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago operam em queda na manhã desta terça-feira (20), na Bolsa de Chicago, com um movimento de realização de lucros após a forte alta registrada no fechamento de ontem. A soja, por volta das 7h40 (horário de Brasília), perdia pouco mais de 14 pontos nos principais vencimentos depois de fechar a segunda-feira (19) com mais de 40 de alta. No milho e no trigo, as perdas eram menos intensas e superavam os 5 pontos nas posições mais negociadas. 

No entanto, segundo analistas, principalmente para a oleaginosa, o mercado exibe uma tendência mais altista para os preços do que há algumas semanas, haja vista que nos EUA se apresentam condições adversas de clima agora em agosto, mês que é determinante para a produtividade. Além disso, há ainda as últimas estimativas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para produção, produtividade e estoques norte-americanos, revistos para baixo no último relatório de oferta e demanda divulgado em 12 de agosto. 

Completando o quadro, o boletim de acompanhamento de safra trazido no final desta segunda pelo departamento norte-americano apontou ainda que o índice de lavouras, tanto de milho quanto de soja, em boas ou excelentes condições caiu na última semana. No caso da soja, esse número passou de 64 para 62% e, para o milho, de 64 para 61%. 

Importantes estados produtores do Meio-Oeste americano já sofrem com a falta de chuvas e a previsão para os próximos dias é de que a temperatura se eleve e fique acima da média em algumas localidades. Paralelamente, há ainda a possibilidade das plantações terem seu rendimento prejudicado se forem atingidas pelas geadas precoces em meados de setembro. 

Para os analistas, portanto, o quadro cria melhores expectativas para os contratos futuros da soja negociados em Chicago, o qual vinham sendo pressionados pelas boas projeções para a nova safra norte-americana. No entanto, a mesma foi reduzida, no último boletim do USDA, de 93 para 88 milhões de toneladas. 

Já no caso do milho, os números para a nova temporada dos EUA parecem estar consolidados, haja vista que o mês mais crítico para a cultura foi em juho, onde o cenário climático foi favorável após o atraso do plantio. Nem mesmo uma revisão para baixo na produção feita pelo USDA, ainda de acordo com analistas de mercado, poderiam provocar uma reação muito forte das cotações. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (19):

Com clima adverso nos EUA, soja tem forte alta e recupera US$ 13

O clima adverso para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos está dando suporte a uma forte e intensa recuperação dos preços da soja no mercado internacional. Na sessão regular desta segunda-feira (19), a oleaginosa fechou os negócios com altas de mais de 30 pontos nos principais vencimentos. O contrato novembro/13, referência para a safra dos EUA, terminou o dia subindo 44 pontos e recuperando o patamar dos US$ 13 por bushel. O setembro ficou em US$ 13,22/bushel, com ganho de 38,75 pontos. 

O Meio-Oeste norte-americano vem registrando algumas ocorrências de seca em importantes estados produtores como Iowa, Minesotta, Illinois, Wisconsin, Nebraska, entre outros importantes na cultura da soja, em um mês em que é determinante para a produção e definição da produtividade. 

"Tem um bolsão no coração da região produtora onde está chovendo pouco, então as lavouras estão sofrendo em um momento crítico para a produtividade (...) e as previsões apontam para um aumento da temperatura. Nas próximas duas semanas, as previsões indicam temperaturas acima da média, e essa é uma combinação muito ruim", explica Flávio França, consultor da Safras & Mercado. 

Refletindo essas condições, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já trouxe um corte em sua estimativa para a safra norte-americana de 93 milhões para 88,9 milhões de toneladas. Além disso, revisou para baixo ainda os números para a área a ser colhida, o que reforça ainda mais as incertezas sobre os resultados finais da nova temporada. 

"Além de uma redução de área, temos uma incerteza quanto à produtividade. O governo já registra perdas, e essas perdas podem se aprofundar. Existem algumas chuvas programadas para a região, mas chuvas esparsas e de baixo volume e provavelmente não vão resolver o problema", afirma o economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter. 

Outro fator que também poderia comprometer a produtividade das lavouras norte-americanas é a ocorrência de geadas precoces, as quais poderiam ocorrer em meados de setembro, já que o plantio foi concluído tardiamente. "Este é o ano em que se tem o maior risco de se ter perdas por geadas", disse França.

O consultor traz ainda um outro fator de pressão positiva para os preços, que é a volta da demanda bastante aquecida no mercado físico norte-americano, dada às intensas especulações climáticas e incertezas sobre a nova safra dos EUA, estimulando uma reação até mesmo nos prêmios norte-americanos. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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