Grãos: Mercado opera com volatilidade, mas avança nesta 3ª feira
Na manhã desta terça-feira, os grãos fecharam o pregão eletrônico do lado positivo da tabela na Bolsa de Chicago. Os ganhos mais expressivos foram registrados no mercado do trigo, que exibiu altas entre 8,00 e 8,75 pontos. As principais posições da soja apresentaram ligeiros ganhos entre 0,50 e 5,50 pontos. Já no mercado do milho, os principais vencimentos exibiram altas entre 2,50 e 7,50 pontos.
O mercado hoje parece tentar se recuperar da realização de lucros ontem, que fez o contrato julho/13 do milho despencar mais de 20 pontos. No entanto, analistas afirmam que esse é mais um pregão de volatilidade, movimento que pode ser intensificado pelas incertezas ainda latentes do mercado financeiro.
Além disso, o USDA ontem atualizou seu reporte de acompanhamento de safra e trouxe bons números tanto para a soja quanto para o milho, com 67% das lavouras de ambas as culturas em boas ou excelentes condições, além do plantio da soja concluído em 96%. A semeadura, porém, ainda está atrasada tanto em relação ao ano anterior quanto à media dos últimos cinco anos.
Veja como fechou o mercado nessa segunda-feira:
Após sessão volátil em Chicago, milho recua e soja fecha no misto
Na sessão desta segunda-feira (1), a soja fechou os negócios em campo misto na Bolsa de Chicago. Os vencimentos mais próximos encerraram a sessão com ganhos entre 5 e 6 pontos, enquanto as demais posições recuaram de 6 a 7 pontos.
O contrato julho/13, o mais negociado nesse momento terminou o dia valendo US$ 15,70, subindo 6 pontos. Porém, durante a sessão chegou a se aproximar muito dos US$ 16 por bushel, com altas superiores a 30 pontos. A sustentação para o mercado internacional no curto prazo continua sendo os ajustados estoques norte-americanos de soja.
Segundo explicou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado hoje se voltou, novamente, aos seus fundamentos. A demanda pelo pouco produto disponível nos Estados Unidos é muito forte, os estoques do país em 1º de junho reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos na última sexta-feira (28) vieram abaixo do esperado e a área de plantio para a próxima safra tamém. Assim, o mercado ainda conseguiu refletir o impacto desses números na sessão dessa segunda-feira.
Para Brandalizze, essa deverá ser uma semana positiva para os preços da soja na Bolsa de Chicago, já que o quadro de fundamentos deve se manter no foco dos investidores e, paralelamente, temos fornecedores como Brasil e Argentina segurando suas vendas à espera de valores ainda melhores.
"Temos grande demanda e não temos oferta. Então, mercado começou a semana olhando por esse lado, já deixando as notícias negativas dos últimos dias para trás", disse.
O consultor acredita ainda que logo o mercado começará a observar possíveis perdas nas lavouras norte-americanas mais adiante, haja vista que a fase de enchimento dos grãos deverá acontecer em meados de outubro, mês em que podem ser registradas geadas nos Estados Unidos. Caso isso aconteça, é possível que se configure uma perda de produtividade e "o mercado já não olha o futuro sem tanto otimismo sobre uma safra norte-americana cheia", afirma Brandalizze.
Milho - O pregão também foi de volatilidade no mercado do milho nesta segunda-feira e o os preços fecharam o dia do lado negativo da tabela. os ganhos mais intensos foram registrados no curto prazo, com o julho perdendo 23,75 pontos, encerrando a US$ 6,55 por bushel. O agosto perdeu 15,75 pontos e fechou a US$ 5,31.
Segundo analistas, o mercado ainda refletia os números do USDA da última sexta-feira, mas as perdas foram intensificadas por uma realização de lucros, movimento que foi favorecido pela rolagem de posições, com a chegada do mês de entrega do produto, tanto para o milho, como também para a soja.
USDA - Acompanhamento de Safra - Logo após o fechamento do mercado, porém, o USDA divulgou mais um boletim de acompanhamento de safra indicando que o índice de lavouras em boas ou excelentes condições tanto de soja quanto de milho registraram um ligeiro aumento, passando de 65 para 67% para ambas as culturas. Além disso, informou ainda que o plantio da oleaginosa está quase concluído. A semeadura já chegou a 96%, e na semana passada, esse índice era de 92%, enquanto no ano passado, porém, já havia sido concluído. A media dos últimos cinco anos é de 98%.
Com o plantio concluído, 67% das plantações norte-americanas de milho estão em boas ou excelentes condições, informou o boletim do USDA. Na semana anterior, eram 65%. Em situação regular, encontram-se 25% das lavouras e apenas 8% em condições ruins ou muito ruins. Os números apresentaram pouca oscilação em relação aos da semana precedente.