Trigo lidera as perdas e grãos realizam lucros na CBOT nesta 5ª feira
Na sessão desta quinta-feira (20), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com expressiva baixa. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), os principais vencimentos recuavam de 9,75 e 11,50 pontos. O milho e o trigo também recuavam, com perdas de mais de 15 pontos para o trigo.
O mercado registra uma intensa realização de lucros no pregão eletrônico de hoje, devolvendo boa parte dos ganhos registrados na sessão anterior, quando a soja subiu mais de 17 pontos em algumas posições.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira (19):
Soja sobe na CBOT e no porto de Rio Grande (RS) saca chega a R$ 73
O mercado internacional de grãos fechou a sessão desta quarta-feira com forte alta na Bolsa de Chicago. O mercado foi, ao longo do pregão, ampliando e intensificando suas altas e o milho, por exemplo, encerrou o dia com altas superiores a 20 pontos.
Na soja, segundo analistas, as fortes altas - entre 12,25 e 17,25 pontos - foram motivadas pelos fundamentos ainda muito positivos, principalmente para o curto prazo. O volume disponível da oleaginosa nos EUA é muito restrito e vem sendo disputado entre o mercado local, com as esmagadoras buscando matéria-prima, e a demanda dos importadores ainda muito aquecida.
Com praticamente todo o volume embarcado da safra norte-americana 2012/13 e a procura pelo grão, e também pelo farelo, muito intensa, os valores para a soja no mercado interno norte-americano chega a US$ 16,50 por bushel para o contrato julho/13, com prêmios historicamente altos nos portos dos EUA.
Essa sustentação deverá se manter, haja vista que essa escassez de soja deverá se agravar a cada dia, uma vez que, segundo explicou o analista de mercado Carlos Cogo, ainda há cerca de 70 dias pela frente até a entrada da nova safra americana. "Esse aperto só vai piorar", diz Cogo.
Frente a isso, ainda de acordo com o analista, os vencimentos mais distantes avançaram nesta quarta-feira estimulados pelas altas no curto prazo. O contrato março/14 recuperou o patamar dos US$ 13 e encerrou o pregão valendo US$ 13,12 por bushel, com alta de 17,25 pontos.
Além disso, as altas mais expressivas nos contratos mais longos foram motivadas também por um movimento de rolagem de posições, com os fundos "vendendo os vencimentos mais próximos e comprando os mais distantes", como explica Glauco Monte, analista de mercado da FCStone.
Outro fator que estimulou as altas do mercado no longo prazo foram os números da consultoria americana Informa Economics revisando para baixo suas estimativas para a área de plantio de soja da safra 13/14 dos EUA. A instituição projeta a área com oleaginosa em 31,47 milhões de hectares, contra 31,68 milhões estimados na projeção anterior.
Para o milho, a Informa estima uma área de 38,55 milhões de hectares, contra os 39,37 milhões estimados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu relatório de março.
Refletindo as boas altas no mercado internacional, a soja e o milho também subiram no mercado interno. No porto de Rio Grande, a soja disponível encerrou o dia valendo R$ 73,00 por saca, contra R$ 72,50 de terça-feira. Em Paranaguá, a oleaginosa ficou em R$ 65,00, também para o produto disponível. No caso do milho, a saca do milho ficou em R$ 28,00 no Porto de Rio Grande e R$ 23,00 em Paranaguá.
Para a soja, os preços da saca registraram valorização em importantes praças de comercialização. No Mato Grosso, por exemplo, o valor passou de R$ 58,50 para R$ 59 em Rondonópolis; em Dourados/MS, de R$ 59 para R$ 59,50; no Rio Grande do Sul, em Passo Fundo, de R$ 68 para R$ 69 e, em Cascavel/PR, de R$ 64,50 para R$ 65,50.