Grãos: Mercado segue devolvendo parte dos ganhos nesta 3ª feira
Nesta terça-feira (4), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam em queda, passando por uma correção técnica após as fortes altas do pregão anterior. O milho, o trigo e o farelo de soja também recuam.
O movimento de realização de lucros se dá depois dos ganhos de mais de 20 pontos nos principais vencimentos para a soja, que subiu focada no clima adverso atrasando o plantio da nova safra dos EUA e ainda há extrema escassez de produto no país em um momento em que a demanda se mantém concentrada na oleaginosa norte-americana.
Por volta das 9h53 (horário de Brasília), o contrato julho/13 caia 12,25 pontos, cotado a US$ 15,20. Os demais vencimentos caíam entre 13 e 19 pontos pontos. O milho também ampliava suas perdas e 6,25 e 11,50 pontos, o trigo, entre 8,50 e 9 pontos.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira (3):
Soja tem forte alta com chuvas intensas e falta de produto nos EUA
Na sessão desta segunda-feira (3), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o dia com mais de 20 pontos de alta. O vencimento julho/13 terminou o pregão com alta de 22,50 pontos, valendo US$ 15,32 por bushel. O trigo também fechou o dia do lado positivo da tabela, porém, o milho ficou na contramão e encerrou o pregão em queda.
No mercado da soja, uma junção de fatores positivos deu sustentação aos preços e estimulou as expressivas altas registradas. De um lado, os vencimentos mais próximos continuam encontrando sustentação na falta de soja nos Estados Unidos. O volume de produto disponível no país é quase nulo, inclusive sobre a oferta de farelo de soja e não só grão, porém, a demanda segue focada no país e ainda não sinaliza um desaquecimento.
Frente a isso, o mercado vem exercendo seu papel com preços mais altos que é o de racionar essa demanda. "Isso é reflexo dos Estados Unidos sem soja tendo que racionar o produto", disse o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar.
Além disso, para Liones Severo, a sazonalidade também é favorável aos preços da commodity. O consultor de mercado do SIMConsult afirma que esse é um período, tipicamente, de cotações em alta na Bolsa
de Chicago, cenário que contribuiu para a subida da soja nesta segunda-feira.
Ao mesmo tempo, o mercado climático continua atuante. As condições nos Estados Unidos são bastante desfavoráveis ao plantio da nova safra e impedem a evolução dos trabalhos de campo, estimulando especulações sobre a possibilidade de uma safra cheia não se confirmar.
O temor do mercado é de que esse atraso na semeadura acabe prejudicando o potencial de produtividade das lavouras norte-americanas, além de poder atrasar também a disponibilidade da nova safra dos EUA.
O que tem prejudicado os trabalhos de campo é o excesso de chuvas. As precipitações muito volumosas marcaram o último final de semana em importantes regiões produtoras dos Estados Unidos e as previsões já indicam que o clima, nos próximos 10 dias, pode registrar uma ligeira melhora, com chuvas ocasionais.
Porém, o o meteorologista da Global Weather Monitoring, John Dee, afirma que "ainda há um sistema ativo. Não é um modelo perfeito para terminar o plantio". Para o meteorologistas, essas chuvas excessivas estão deixando o Cinturão do Milho e os produtores norte-americanos poderão encontrar algumas janelas de tempo bom para avançar no plantio.
Esse ritmo lento preocupa, uma vez que importantes fases de desenvolvimento das plantas possam se estender até os períodos de calor intenso no país, além de aumentar a possibilidade de as plantações serem atingidas por geadas precoces.