Soja avança com oferta apertada nos EUA e dados positivos da China

Publicado em 08/05/2013 12:46 e atualizado em 08/05/2013 15:13
Na sessão desta quarta-feira (8), os contratos futuros da soja seguem operando em alta na Bolsa de Chicago. Por volta das 11h25 (horário de Brasília), os primeiros vencimentos subiam mais de 10 pontos, com o contrato julho/13 se aproximando do patamar dos US$ 14, cotado a US$ 13,95/bushel, com alta de 12,75 pontos. 

As altas mais expressivas nos vencimentos mais próximos ainda são sustentadas pela firmeza do mercado físico norte-americano. A oferta de soja disponível é muito ajustada e a demanda se mantém muito aquecida. Ao mesmo tempo em que a procura dos importadores continua grande, os esmagadores locais seguem em busca da matéria-prima para cumprirem seus contatos, cenário que tem mantido os prêmios locais bastante elevados e feito os produtores segurarem suas vendas a espera de preços ainda melhores. "Os produtores americanos estão vendendo soja com prêmio positivo de US$ 1,40 por bushel, o equivalente a US$ 15,30/bushel", disse o consultor de mercado Liones Severo. 

Segundo Lanna Pimentel, analista de grãos do SIMConsult, a comercialização da soja em grão e também do farelo se mantém bastante aquecida e o total de exportações de soja estipulado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já superou o volume dos 34 milhões de toneladas. "Isso agrava ainda o quadro de oferta e demanda que já se mostra bem defasado. Com isso, a soja deverá se sustentar nesses próximos dias em função desse cenário, já que a demanda não dá sinais de desaceleração", disse. 

Outro fator que impulsiona os preços da soja na sessão de hoje são dados positivos vindos da economia da China, trazendo um superávit comercial de US$ 18 bilhões em sua balança comercial em abril. Os números acabaram revertendo o déficit registrado no mês anterior e ficou acima do esperado. 
"A China continua demandando muito bem soja e isso foi o que impulsionou outros mercados asiáticos e deu sustentação aos preços da soja", explicou Lanna. 

Paralelamente, o comportamento do clima nos Estados Unidos também segue atuando no mercado internacional de grãos. As condições para o plantio da nova safra seguem bastante adversas - com baixas temperaturas, chuvas em excesso, neve e geadas - porém, devem melhorar nos próximos dias. 

As novas previsões climáticas indicam um tempo um pouco mais cedo no país, o que pode favorecer a evolução do plantio norte-americano, a qual poderia ser potencializada pela avançada tecnologia que é empregada pelos produtores locais. "Ainda é muito cedo para se falar em perdas, quebras ou qualquer problema nos Estados Unidos", acredita a analista. 

Essa possível melhora no clima dos EUA já pode ser sentida pelo mercado do milho e do trigo em Chicago. Os principais vencimentos dos grãos operam do lado negativo da tabela, com ligeiras baixas. Os últimos números divulgados pelos USDA indicavam um expressivo atraso da implantação das lavouras em relação à média dos últimos anos e também ao ano passado. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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