Chicago: Após sessão volátil, soja fecha em alta e milho no misto nesta 4ª
Publicado em 17/04/2013 15:43
Depois de uma sessão de intensa volatilidade, a soja conseguiu fechar os negócios desta quarta-feira (17) em alta na Bolsa de Chicago. O cenário para os preços se repete, com os vencimentos de mais curto prazo registrando ganhos mais expressivos e os mais distantes, altas menos expressivas.
Segundo analistas, duas forças atuam sobre o mercado no presente momento: os fatores que competem à temporada 2012/13 e outro que referem-se à safra nova dos Estados Unidos. Além disso, mesmo que não tão significativamente, o mercado sente ainda uma influência do mercado financeiro, o qual provocou uma queda generalizada no mercado de commodities na última segunda-feira (15).
Sobre a atual temporada, o que impera é o quadro de fundamentos. Apesar de a situação já ser conhecida pelo mercado, a atual oferta muito apertada e a demanda global pela soja ainda muito aquecida dá sustentação aos preços na Bolsa de Chicago. O vencimento maio/13 se mantém acima dos US$ 14 por bushel e a tendência para as cotações é de que, pelo menos no curto prazo, é de que se mantenham firmes.
Para o analista de mercado Steve Cachia, da Cerealpar, o movimento do mercado na sessão desta quarta é normal e só reflete o momento atual. "Nos contratos da safra velha, a demanda forte e os estoques apertados de soja nos Estados Unidos dão sustentação aos preços".
Por outro lado, as boas expectativas para a nova safra de soja nortea-americana pressionam as cotações ou limitam seu potencial de alta. Ainda de acordo com o analista, neste momento - em que as informações sobre a temporada 2013/14 ainda são preliminares - a tendência para o milho é baixista e, para a soja, altista.
Isso se dá com o atraso que já começa a ser registrado no plantio do milho nos EUA em função de condições climáticas não favoráveis, o que poderia estimular uma troca para o cultivo da soja por parte dos produtores. Na segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu primeiro relatório de acompanhamento da safra 2013 afirmando que, até o último dia 14, cerca de 2% da área já havia sido semeada com o cereal, enquanto no ano passado, nesse mesmo período, o índice era de 16%.
Esse atraso é resultado de um inverno mais longo e de um clima bastante frio no país. As previsões indicam para esta semana fortes chuvas e baixas temperaturas no Meio-Oeste norte-americano, onde se localiza o Cinturão do Milho - principal região produtora do país, o que poderia atrasar ainda mais a semeadura do milho.
"Se o plantio atrasar mais, na minha opinião, o produtor poderá ser forçado a trocar o milho por outra cultura, e o mais provável é de que seja pela soja", explicou Cachia.
O quadro, portanto, confirma as expectativas do analista, uma vez que, em função desse atraso, os vencimentos referentes à safra nova do mercado do milho fecharam a sessão desta quarta-feira em alta na Bolsa de Chicago, enquanto os de mais curto prazo terminaram do lado negativo da tabela. "Por isso um mercado está operando ao contrário do outro", afirmou o analista referindo-se aos futuros da soja e do milho.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta quarta-feira:
Por: Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas