Produtor de soja poderá ter renda de R$ 1.463/ha na safra 2012/13, diz Agroconsult

Publicado em 28/08/2012 07:59
O produtor brasileiro de soja vive hoje um dos melhores momentos das últimas décadas em termos de renda. Na safra 2012/13, a perspectiva é de uma renda média de R$ 1.463,00 por hectare no caso dos produtores de Mato Grosso. O cálculo é do consultor André Pessoa, da Agroconsult Consultoria e Projetos e foi revelado durante palestra no 2º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, promovido nessa segunda-feira (27), em São Paulo, pela Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos. 

Nos cálculos, Pessoa considera que o produtor consiga uma produtividade de 53 sacas por hectare e não inclui o desconto de depreciação da terra. Mesmo assim, a projeção é de que na safra 2013/14, a renda líquida deve estar na casa de R$ 1.300,00 por hectare. “Se continuar nesse ritmo, esse produtor pode andar de turbante”, comenta Pessoa, fazendo uma analogia com os produtores de petróleo árabes. 

Segundo o especialista, isso poderá causar uma alteração significativa também no perfil de crédito, pois um agricultor que desde 2007 vem conseguindo elevações expressivas em sua renda necessita cada vez menos de crédito. “Em 2007, para cada R$ 1,00 que o agricultor colocava no financiamento do plantio da soja, pegava outros R$ 19,00 de crédito. Isso veio caindo e, em 2011, para cada R$ 1,00 próprio, ele só pegava R$ 3,00. Para a safra 2012/13, para cada R$ 1,00 próprio, ele só tomará mais R$ 1,00 de crédito”, completa Pessoa. 

O quadro, de acordo com o consultor, pode ficar ainda mais favorável ao produtor brasileiro em função da quebra de safra americana, prejudicada pela seca. Os levantamentos recentes indicam um declínio de 17 milhões de toneladas na produção americana, na comparação com a safra do ano passado, fato que tende a elevar ainda mais os preços da commodity.

Também os sinais vindos da China são favoráveis ao produtor brasileiro de soja, assim como das demais culturas de grãos. Segundo Pessoa, a desaceleração econômica na China é acompanhada de uma mudança no perfil econômico do gigante asiático. “O rearranjo chinês é na direção de uma diminuição dos investimentos em infraestrutura com prioridade para as aplicações em consumo. Daí que não se prevê redução nas importações de commodities agrícolas, mas talvez até um crescimento”, finaliza ele, lembrando que este ano as importações de milho da China já somaram 10 milhões de toneladas e que para 2015 devem estar na casa de 18 milhões de toneladas.

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Fonte: II Cong. Bras. de Fertilizantes

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