Julgamento de impeachment de Trump começa no Senado e linhas de batalha se formam
Por Patricia Zengerle e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - O julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou no Senado efetivamente nesta terça-feira, em um uso raro do mecanismo constitucional de destituir um presidente, que polarizou ainda mais os eleitores antes do pleito de novembro.
Os democratas pediram ao Senado, controlado pelos republicanos, que removam Trump do cargo por pressionar a Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um rival político, e depois obstruir a investigação do escândalo.
Trump, que teve o impeachment aprovado no mês passado pela Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, por acusações de abuso do poder e obstrução do Congresso, diz que não fez nada de errado e descreve seu impeachment como uma farsa partidária para impedir sua reeleição em 2020.
Com câmeras de TV ao redor, o presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts, deu início aos procedimentos.
Votações sobre as regras do julgamento iriam ocorrer já na terça-feira. Isso incluiria decidir se o Senado deve, posteriormente, considerar intimações a testemunhas, como o ex-conselheiro de segurança nacional de Trump John Bolton.
Em declaração no plenário do Senado antes dos procedimentos de terça-feira, o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, disse que deixaria de lado quaisquer emendas democratas a respeito de intimações de testemunhas e documentos no início do julgamento.
Mais cedo, os democratas acusaram McConnell de tentar manipular o julgamento com regras que, segundo eles, impediriam as testemunhas de prestar depoimento e barrariam as evidências coletadas pelos investigadores.
McConnell divulgou um plano na segunda-feira para um julgamento potencialmente rápido, sem novos depoimentos ou evidências.
Os argumentos iniciais devem ser apresentados nesta semana e podem se estender até tarde da noite. Com uma maioria de dois terços necessária no Senado de 100 membros para destituir Trump do cargo, é quase certo que ele seja absolvido pelos correligionários republicanos na Casa.
Mas não está claro o impacto do julgamento em sua candidatura à reeleição.
(Reportagem de Will Dunham, Richard Cowan, Doina Chiacu, Patricia Zengerle, David Morgan, Jan Wolfe, Susan Cornwell, Susan Heavey, Karen Freifeld, Lisa Lambert e Tim Ahmann em Washington)